Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Ensinar os Papas

A história de Fátima está particularmente relacionada com o Romano Pontífice e os últimos Papas tiveram muitas perguntas para fazer à Irmã Lúcia.

Pio XII leu atentamente os escritos da Irmã Lúcia e compreendeu a importância de Fátima em relação ao pontificado. Mais convencido ficou quando, em 1950, em vários dias próximos da proclamação do Dogma da Assunção de Nossa Senhora em corpo e alma ao Céu, assistiu, no Vaticano, ao mesmo «milagre do Sol» que os peregrinos tinham visto em Fátima, a 13 de Outubro de 1917.

Em 1967, numa altura em que ainda era raro um Papa sair de Roma, Paulo VI veio a este santuário e quis falar com a Irmã Lúcia.

Em 1977, o Patriarca de Veneza, Albino Luciani, que seria depois o Papa João Paulo I, fez uma peregrinação a Fátima e, graças aos bons ofícios de Olga Cadaval (a célebre figura da música clássica), encontrou-se com a Irmã Lúcia no convento em que ela vivia, em Coimbra. A conversa foi longuíssima e impressionou vivamente o futuro Papa. Mais tarde, correram boatos de que a vidente lhe teria anunciado a eleição pontifícia e a sua morte pouco depois, mas nada disto parece verdade. Na entrevista do Pe. Mario Senigaglia, secretário do Patriarca Luciani, à revista «30 Giorni», não se confirmam esses rumores. O que ficou bastante claro, e coincide com as recordações do irmão do Patriarca, é que o encontro deixou nele uma marca profunda. «Nem consigo imaginar o que a Irmã Lúcia me disse», comentou ele ao irmão. No regresso a Veneza, o secretário do Cardeal recorda que ele lhe disse o habitual «senta-te», quando havia coisas para tratar. Falou da viagem, do clima de oração e penitência que tinha visto na Cova da Iria, dos voluntários que ajudavam os peregrinos. A certa altura, o secretário perguntou pela visita à Irmã Lúcia e o Patriarca respondeu: «Sim, sim, estive com ela... Ah! esta freirinha bendita pegou-me nas mãos e começou a falar... estas benditas freiras, quando começam a falar, não acabam!». Abordaram longamente os problemas da Igreja, mas não as aparições, excepto nalgum pormenor. Na sequência, num artigo que publicou num jornal de Veneza, ao fazer a síntese, escreveu que os santuários servem para lembrar o Evangelho, que isso é que é preciso anunciar.

O Papa João Paulo II captou, mais do que ninguém a importância da mensagem de Fátima e é evidente que as suas várias viagens a Portugal tiveram um foco muito especial neste local. Várias vezes, consagrou o mundo a Nossa Senhora. A mais importante destas cerimónias, em que consagrou especialmente a Rússia, foi em 25 de Março de 1984 na Praça de S. Pedro, diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima propositadamente transportada para Roma. O Papa pediu a todos os bispos do mundo que se unissem em simultâneo àquela consagração e quis cumprir tudo o que Nossa Senhora tinha pedido em Fátima. No final, enviou um emissário a Coimbra perguntar à Irmã Lúcia se a consagração correspondia exactamente ao pedido da Virgem. Como se sabe, passado 5 anos, contra todas as previsões, a União Soviética colapsou e abriu-se um inesperado momento de liberdade e de paz.

Numa entrevista ao jornalista João Francisco Gomes, do «Observador», O Bispo de Fátima, D. António Marto, recorda que quando recebeu Bento XVI em 2010, ouviu perplexo ele comentar-lhe que «não há nada como Fátima em toda a Igreja Católica no mundo».

O Papa Francisco disse várias vezes que estava convencido da importância da mensagem de Fátima. Em momentos particularmente importantes, quis ter a imagem de Nossa Senhora de Fátima junto de si, na Praça de S. Pedro.

Antes de partir para este santuário de Fátima, Francisco, como habitualmente antes de cada viagem, foi à basílica romana de Santa Maria Maior, confiar a viagem a Maria, rezando em silêncio diante da imagem chamada «Salus Populi Romani». À chegada das suas 18 viagens nunca falhou o regresso a Santa Maria Maior, para agradecer. Que acontecerá desta vez, no regresso a Roma, depois de ter estado connosco em Fátima?

José Maria C.S. André
12-V-2017

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