Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 23 de abril de 2020

ESTADO DE EMERGÊNCIA CRISTÃ

Uma proposta diária de oração pessoal e familiar.

36º Dia. Quinta-feira da segunda semana da Páscoa, 23 de Abril de 2020.

Meditação da Palavra de Deus (Jo 3, 31-36)

A ira de Deus

Quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele”.

É curioso que Nosso Senhor, nesta sua longa conversa com Nicodemos, não lhe diga que quem tem fé terá – no futuro – a vida eterna, mas que já a tem. Quer isto dizer que a salvação não é algo que só acontecerá no fim da nossa existência terrena, mas que acontece já nesta vida, pela aceitação de Cristo. A vida da graça não é, na realidade, algo distinto da glória, muito embora só no Céu a felicidade prometida aos bem-aventurados seja plena e definitiva, pela visão de Deus e pela fruição do seu amor.

Mas, se Deus é amor e enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para o salvar, como é possível que se diga também que “quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele”?! Então, Deus é amor ou ira?! Deus salva, ou condena?!

A Sagrada Escritura é explícita em relação ao amor de Deus pela humanidade e também por cada ser humano em concreto. Mas que Deus a todos ame e, portanto, a todos queira salvar, não quer dizer que todos necessariamente se salvam. Como dizia Santo Agostinho, Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti. Ou seja, embora não tenhamos sido tidos nem achados para a nossa criação, sim somos necessários para que a vontade salvífica universal de Deus seja, no nosso caso, eficaz. Os que não se salvam não é porque não se puderam salvar, em cujo caso poderiam ser inocentes, mas os que não se quiseram salvar, porque Deus dá a todas as almas todos os meios necessários para a sua salvação.

O contrário do amor não é a ira, mas a indiferença. Se uma criança ou jovem faz algum disparate, tira uma má nota ou é malcriado, quem mais sofre são os seus pais, porque são, precisamente, os que mais o amam. Assim se compreende que a ira de Deus mais não é, no fundo, do que a sua profunda dor de amor pela condenação de uma alma que Ele tanto queria salvar. Quando a vontade divina se frustra em relação a alguma criatura, pelo seu mau uso da liberdade, é como se Deus fosse vencido e a dor de Deus, por assim dizer, é até maior do que a do próprio, porque Deus ama-nos mais e está mais empenhado na nossa salvação do que nós mesmos.

Uma graça a pedir todos os dias a Deus? Sim, a perseverança final: morrer na graça de Deus! Ninguém a pode merecer por si próprio, nem pelas suas acções, mas Deus está disposto a conceder-nos esse dom, porque Ele próprio está empenhado na nossa salvação, que já começou em nós por obra da nossa fé em Cristo e do nosso Baptismo.   
  
Intenções para os mistérios luminosos do Santo Rosário de Nossa Senhora:

1º - O Baptismo de Jesus no Jordão. Ao ser baptizado no rio Jordão, manifestou-se não só a divindade do Filho, como também Deus Pai e o Espírito Santo. Na nossa alma em graça, adoremos, louvemos e exaltemos sempre a Santíssima Trindade.

2º - A auto-revelação de Jesus nas bodas de Caná. Não é por falta de milagres que os homens não se convertem, mas por soberba, porque a fé é a humildade da inteligência. Que o Senhor nos dê a perspicácia necessária para reconhecer os sinais de Deus.

3º - O anúncio do Reino de Deus como convite de Jesus à conversão. Jesus não prega apenas nem principalmente com a palavra, mas sobretudo com o seu exemplo. Que o Senhor dê a graça da coerência cristã a todos os pregadores do Evangelho.

4º - A Transfiguração de Jesus. Esta antecipada manifestação da glória de Jesus foi necessária para que, quando O vissem crucificado, não desfalecesse a sua fé. Que o Senhor conceda um pouco da sua glória aos nossos irmãos na fé que mais sofrem. 

5º- A instituição da Eucaristia, expressão sacramental do mistério pascal. Antes de Jesus admitir os apóstolos ao Santíssimo Sacramento do seu Corpo e Sangue, lavou os seus pés e pediu a Judas Iscariotes que os deixasse. Não comunguemos nunca em pecado grave, ou sem contrição pelas nossas faltas leves.     

Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se Deus quiser!

Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Sem comentários: