Não deveríamos permanecer crianças na fé, em estado de
menoridade. Em que consiste ser crianças na Fé? Responde São Paulo: significa ser
"batidos pelas ondas e levados por qualquer vento da doutrina..." (Ef
4, 14). Uma descrição muito actual!
Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos
decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento... A
pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muitas vezes agitada por
estas ondas lançada de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até à
libertinagem, ao colectivismo radical; do ateísmo a um vago misticismo
religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante. Cada dia surgem novas
seitas e realiza-se quanto diz São Paulo acerca do engano dos homens, da
astúcia que tende a levar ao erro (cf. Ef 4, 14). Ter uma fé clara,
segundo o Credo da Igreja, muitas vezes é classificado como fundamentalismo.
Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar "aqui e além por qualquer
vento de doutrina", aparece como a única atitude à altura dos tempos
hodiernos. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece
como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas
vontades
(Cardeal Joseph Ratzinger em Homilia
da Missa Pro
Eligendo Pontífice, Vaticano, 18.04.2005)
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