Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

São Josemaria em Lourdes

São Josemaria esteve várias vezes em Lourdes. Em Au pas de Dieu, de François Gondrand, vem um breve relato de uma das suas visitas à gruta, no dia 3 de Outubro de 1972


O avião em que o Padre viaja acaba de aterrar no aeroporto de Tarbes e alguns dos seus filhos franceses e espanhóis vieram para o cumprimentar antes de continuar a sua viagem até Hendaia, a caminho de Espanha. Pensa estar várias semanas na Península Ibérica e ver muitas pessoas. Antes disso, a 7 de Outubro, irá presidir a uma cerimónia em Pamplona durante a qual concederá o título de doutor honoris causa pela Universidade de Navarra a um alemão, Erich Letterer, professor de Medicina; a um espanhol, historiador de Arte, o Marquês de Lozoya; e a um francês, o professor Ourliac, catedrático de História do Direito e membro do Institut de France.

Diante da basílica de Lourdes, para onde foi logo de seguida, Mons. Escrivá fala dos “milagres” que começaram a acontecer em Torreciudad, do outro lado dos Pirinéus, apesar de o novo santuário e de os edifícios anexos não estarem ainda concluídos: confissões, conversões, decisões de entrega mais plena ao Senhor… todos esses milagres da graça com que sonhava quando deu luz verde ao começo das obras.

Com passo decidido, o Padre dirige-se à gruta. Como sempre que visita Lourdes, detém-se a beber água na fonte milagrosa; depois, encaminha-se para o lugar das aparições, onde vai começar um acto de culto e, logo que divisa a imagem de Nossa Senhora, ajoelha-se por terra. Depois de uns momentos de oração intensa, atravessa de novo a esplanada.

Logo a seguir, o Padre despede-se dos seus filhos franceses e entra no carro.

Antes de beber a água milagrosa, disse aos que o rodeavam que não queria pedir nada de ordem pessoal à Virgem Maria, nem sequer a saúde. Não ficam estranhados, porque os seus filhos conhecem bem o motivo desta visita a Lourdes, onde a 11 de Novembro de 1937 tinha celebrado missa depois de uma dramática travessia dos Pirinéus. O motivo é o mesmo que o das outras peregrinações a este mesmo santuário, e ao de Sonsoles, em Ávila, e ao Pilar de Saragoça, e à basílica de Nossa Senhora das Mercês, em Barcelona, e aos santuários de Einsielden, na Suiça, e do Loreto, na Itália… E Torreciudad, em 1970, e Fátima, em Portugal, e Guadalupe, no México…

O que pede à Senhora nesses famosos lugares de peregrinação é a paz da Igreja, a paz do mundo, a perseverança dos seus filhos e filhas, a fecundidade dos apostolados da Obra…

Agora mais que nunca, a sua principal preocupação é a situação da Igreja. Isso leva-o a intensificar as suas ânsias de reparação e a reforçar a fé dos seus filhos, quer dos que o visitam em Roma quer dos que encontra nas suas deslocações. Anteriormente reunia-se com grupos não muito numerosos, agora sente a urgência de falar de Deus de modo directo ao maior número de pessoas para que aprofundem na sua vida cristã. Mas, como para ele, o apostolado tem de ser – como havia escrito em Caminho – fruto da oração, que vai a par com o sacrifício, repete com frequência as palavras de uma oração litúrgica que já utilizava desde a sua juventude: “Ure igne Sancti Spiritus…” Senhor, abrasa-nos com o fogo do teu Espírito Santo, queima as nossas entranhas e os nossos corações…

Nele este desejo nutre-se com a procura de uma maior intimidade com a Sagrada Família de Nazaré, a quem invoca como a trindade da terra. Se nós queremos ganhar intimidade com Nosso Senhor e com a nossa Mãe do Céu, temos de aprender de José.

Ao lado de São José, a sua alma sente-se mais perto de Maria, e também de Jesus, o Deus feito Homem, que, por sua vez, o introduz no mistério da Santíssima Trindade. É assim que vai, segundo as suas próprias palavras, da trindade da terra à trindade do Céu, seguindo esse caminho de infância espiritual de que os grandes místicos falaram. Um caminho que, pela sua difícil facilidade, a alma deve começar e continuar, pela mão de Deus, e que requer a submissão do entendimento, mais difícil que a submissão da vontade.

François Gondrand, Au pas de Dieu, Paris, 1982

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