Certo dia, dois jovens tubarões encontraram-se com um tubarão mais velho que se cruzou com eles num dos mares deste mundo. O tubarão mais velho cumprimentou-os: «Bom dia, rapazes. Então, que tal está a água por aqui?». Eles não souberam como responder e ficaram calados. Até que um deles perguntou ao outro: «Mas que raios é isso da água?».
Esta história pode aplicar-se a um grande número de jovens actuais. Estão tão preocupados por serem práticos e produtivos que as realidades mais óbvias e importantes da vida lhes passam completamente ao lado.
Não se preocupam com aquilo que parece não servir para alcançar o êxito num breve espaço de tempo: o sentido da vida, a família, a cultura, as relações interpessoais. Parecem coisas inúteis – pelo menos nos anos da juventude.
São realidades que não se compram nem vendem. Não devem ter tanta importância assim. Pelo menos para já. Talvez no dia em que a conta bancária tiver um saldo seguro, possa ser útil preocupar-se por essas “coisas inúteis”.
Que erro tão funesto e perigoso!
O mais importante da vida recebemo-lo gratuitamente. E estamos chamados a transmiti-lo, de acordo com a nossa natureza, também de um modo gratuito.
Somos seres frágeis – muito mais do que aquilo que imaginamos! Estamos aqui de passagem – e a passagem é mais rápida do que parece! O comboio da vida é um verdadeiro TGV!
Mas a intuição diz-nos (basta saber ler o grande livro da Criação) que somos destinatários de uma generosidade infinita, que nos chama a viver e a viver para sempre.
A vida de cada um de nós não é uma simples luta pelo êxito ou pela sobrevivência – nem sequer nas condições mais adversas. É um espaço, em primeiro lugar, para o agradecimento e para a adoração, no qual cada um de nós encontra o seu descanso mais profundo.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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