É evidente que, salvo raras
excepções, todos os pais amam profundamente os seus filhos. É algo tão visceralmente
inato na natureza humana que não é necessário “esforçar-se” por amar os filhos
e desejar o melhor para eles.
No entanto, como tantas vezes
presenciamos nos dias de hoje, parece que muitos pais não sabem amar os seus
filhos de um modo correcto.
Dão aos filhos tudo aquilo que eles
lhes pedem, confundindo amar com mimar. O seu coração paternal diz-lhes que
amar inclui não deixar que lhes falte absolutamente nada. No entanto, confundem
o necessário com o supérfluo.
O necessário não pode faltar. O
supérfluo tem de faltar em muitas ocasiões. Se não, não há verdadeira e
completa educação. Os filhos ficam caprichosos, mimados e nada preparados para
a vida que os espera.
Convém não esquecer que os filhos
não nascem educados, nem se educam a si mesmos. É aos pais que, através de um
amor genuíno, corresponde o dever de os educar. De os preparar para a vida,
ensinando-os a usar bem a sua liberdade.
Não se pode amar só com o coração. É
preciso amar também com a cabeça, por muito estranha que pareça esta afirmação.
Como diz Pilar Guembe, os filhos
necessitam de uns pais que os amem, que os protejam e cuidem, mas que também os
eduquem e exijam. Não querem pais que deleguem essa responsabilidade na escola,
no ambiente e muito menos na internet, mas que assumam plenamente a sua missão.
Não querem pais moles, passivos, que
dizem sempre que sim. Necessitam de pais exigentes, activos e optimistas, que
estão dispostos a esforçar-se por ajudar os filhos a aprenderem a ser
independentes, com critério, sabendo administrar bem a vida que lhes foi
confiada.
Pais que preferem enganar-se alguma
vez a renunciar à sua insubstituível missão educativa.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
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