O poder conferido por Cristo a Pedro e aos seus sucessores é, em sentido absoluto, um mandato para servir. O poder de ensinar, na Igreja, obriga a um compromisso ao serviço da obediência à fé. O Papa não é um soberano absoluto, cujo pensar e querer são leis. Ao contrário: o ministério do Papa é garantia da obediência a Cristo e à Sua Palavra. Ele não deve proclamar as próprias ideias, mas vincular-se constantemente a si e à Igreja à obediência à Palavra de Deus, tanto perante todas as tentativas de adaptação e de adulteração, como diante de qualquer oportunismo. O Papa João Paulo II fez isto quando, perante todas as tentativas, aparentemente benévolas para com o homem, perante as erradas interpretações da liberdade, realçou de maneira inequívoca a inviolabilidade do ser humano, a inviolabilidade da vida humana desde a concepção até à morte natural.
(…)
Assim, o seu poder não é superior, mas está ao serviço da Palavra de Deus, e sobre ele recai a responsabilidade de fazer com que esta Palavra continue a estar presente na sua grandeza e a ressoar na sua pureza, de modo que não seja fragmentada pelas contínuas mudanças das modas.
A Cátedra é repetimos mais uma vez símbolo do poder de ensinamento, que é um poder de obediência e de serviço, para que a Palavra de Deus a verdade! possa resplandecer entre nós, indicando-nos o caminho da vida.
Bento XVI – Excerto homilia durante a Concelebração Eucarística como Bispo de Roma na Basílica de São João de Latrão a 7 de maio de 2005
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