Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Amamo-Lo e no entanto, receamos a Sua vinda

Nas primeiras semanas do Advento, a liturgia convida-nos a considerar a vinda de Cristo no fim dos tempos. S. Paulo, em breve resumo, enumera as últimas realidades que acontecerão na vinda gloriosa de Nosso Senhor. Porque, como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos recebem a vida. Mas cada um na sua própria ordem: Cristo como primeiro fruto, depois, com a Sua vinda, aqueles que são de Cristo. A seguir, chegará o fim, quando Cristo entregar o Reino a Deus Pai, depois de ter destruído todo o principado, toda a autoridade, todo o poder (...). E quando todas as coisas Lhe tiverem sido submetidas, então o próprio Filho se submeterá Àquele que tudo lhe submeteu, para que Deus seja tudo em todos [1].

A meditação desta verdade da nossa fé há de encher-nos de esperança, de fortaleza e de consolo, precisamente quando experimentamos os limites da nossa atual condição, desde a doença ou a própria morte, às contrariedades deste peregrinar terreno ou as nossas misérias pessoais e as de todos os homens e mulheres. Não faltarão as aparentes vitórias do mal nesta Terra – só aparentes! –, que não nos podem desanimar se nos ancoramos firmemente na esperança teologal. Deus, que é justo e misericordioso, não se esquece dos Seus filhos, mesmo que dilate os prémios e os castigos.

Há poucas semanas, nós, os sacerdotes, líamos no Oficio Divino umas palavras de S. Agostinho. Escreve ele, comentando esta verdade da nossa fé: «porventura não há de o Senhor vir mais tarde, quando todos os povos da Terra romperem em pranto? Primeiro veio na pessoa dos Seus pregadores, e encheu toda a Terra. Não ponhamos resistência à Sua primeira vinda, e não temeremos a segunda» [2]. O conselho do santo bispo de Hipona mantém-se sempre atual. E continua: os cristãos hão de «servir-se deste mundo, não servir o mundo. Que significa isto? Que os que possuem hão de viver como se não possuís¬sem, nas palavras do Apóstolo (…). Quem se vê livre de preocupações espera em segurança a vinda do seu Senhor. De facto, que espécie de amor a Cristo é o daquele que teme a Sua vinda? Não temos vergonha, irmãos? Amamo-Lo e no entanto, receamos a Sua vinda.

[1]. 1 Cor 15, 22-28.
[2]. S. Agostinho, Narrações sobre os Salmos, 95, 14-15 (CCL 39, 1351-1353).

D. Javier Echevarría na carta do mês de dezembro de 2014
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

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