A meditação desta verdade da nossa fé há de encher-nos de esperança, de fortaleza e de consolo, precisamente quando experimentamos os limites da nossa atual condição, desde a doença ou a própria morte, às contrariedades deste peregrinar terreno ou as nossas misérias pessoais e as de todos os homens e mulheres. Não faltarão as aparentes vitórias do mal nesta Terra – só aparentes! –, que não nos podem desanimar se nos ancoramos firmemente na esperança teologal. Deus, que é justo e misericordioso, não se esquece dos Seus filhos, mesmo que dilate os prémios e os castigos.
Há poucas semanas, nós, os sacerdotes, líamos no Oficio Divino umas palavras de S. Agostinho. Escreve ele, comentando esta verdade da nossa fé: «porventura não há de o Senhor vir mais tarde, quando todos os povos da Terra romperem em pranto? Primeiro veio na pessoa dos Seus pregadores, e encheu toda a Terra. Não ponhamos resistência à Sua primeira vinda, e não temeremos a segunda» [2]. O conselho do santo bispo de Hipona mantém-se sempre atual. E continua: os cristãos hão de «servir-se deste mundo, não servir o mundo. Que significa isto? Que os que possuem hão de viver como se não possuís¬sem, nas palavras do Apóstolo (…). Quem se vê livre de preocupações espera em segurança a vinda do seu Senhor. De facto, que espécie de amor a Cristo é o daquele que teme a Sua vinda? Não temos vergonha, irmãos? Amamo-Lo e no entanto, receamos a Sua vinda.
[1]. 1 Cor 15, 22-28.
[2]. S. Agostinho, Narrações sobre os Salmos, 95, 14-15 (CCL 39, 1351-1353).
D. Javier Echevarría na carta do mês de dezembro de 2014
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
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