Sigo pelo caminho do deserto da Quaresma.
Sempre ao encontro de Cristo em mim, para que o Espírito Santo me vá mostrando caminho no amor do Pai.
A pedra que me espera ao longe, tem escrito: Dar!
O “outro” tenta-me, dizendo que eu dou tudo, que esta pedra não é para mim!
Não lhe dou ouvidos e sento-me na pedra do “dar”!
Penso então em tudo o que dou e ainda, se realmente me dou.
Nos bens materiais, percebo sem esforço, que dou muito mais do que me sobra, do que aquilo que talvez a outros faça falta.
E que às vezes, (oh vergonha!), dou mais para aliviar a consciência, do que por amor aos outros.
E a mim? Dou-me realmente aos outros? Sirvo realmente a Deus servindo os outros em entrega de mim?
Pois, mas a verdade é que procuro muito mais dar-me no que me agrada, do que naquilo que me é difícil.
E não me dou eu tantas vezes, à espera de reconhecimento, de elogio, de vã glória?
Nesta pedra, realmente, tenho que me sentar muito tempo.
Deus dá-me tanto e eu dou-me tão pouco!
Ah, Senhor, obrigado por me teres feito sentar nesta pedra do dar, da qual me queres levantar para prosseguir caminho.
Ajuda-me a perceber e a viver que a dádiva de Ti foi total, pois tudo entregaste por nós, até a própria vida. Ajuda-me e ensina-me a dar-me inteiramente por Ti aos outros, pois só assim a vida tem sentido, pois essa é a Tua vontade.
Monte Real, 13 de Março de 2017
Joaquim Mexia Alves
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