Escrevo estas linhas na madrugada de Sexta-feira Santa de 2016 após na véspera ter lido declarações do porta-voz da Santa Sé e de D. Georg Gänswein sobre o estado de saúde de Bento XVI, ainda que num tom não alarmista a imagem do prelado alemão, que o acompanha há 20 anos, deixou-me apreensivo comparando o Papa emérito a uma vela que se apaga lentamente ainda que que perfeitamente lúcido.
Joseph Ratzinger completará 89 anos em abril, mas antes que a luz da vela se apague gostaria de deixar testemunho do muito que o amo e da importância que teve no meu regresso à Igreja há quase dez anos. Na altura nada conhecia dele e comecei a ler e meditar uma parte da sua extensíssima obra traduzida para português, foi uma leitura exaustiva e literalmente até à exaustão. O livro ‘Olhar para Cristo’ com pouco mais de 100 páginas demorei cinco meses a lê-lo, pois houve significativas partes que tive de ler cinco e seis vezes para as melhor entender e meditar.
A sua candura tímida tocou-me e toca-me profundamente e ainda hoje, frequentemente releio textos seus que são de uma elevação espiritual incomparável e se São João Paulo II foi a “mola” que me fez sentir próximo da Igreja, Bento XVI é a luz que conjuntamente com os Evangelhos me iluminou o caminho.
Que o Senhor me perdoe por na madrugada da sua Paixão eu não Lhe conceder toda a minha concentração, mas como costumo dizer Ele não é invejoso e acredito que tenha sido o Seu Espírito a ajudar-me neste texto.
JPR
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