Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 5 de maio de 2015

Família - Guias e truques para regressar ao trabalho depois de uma pausa dedicada à família

Numa época em que a taxa de desemprego é alta, a procura de um posto de trabalho depois de um longo parêntese - inclusive de anos - pode converter-se num pesadelo para uma mulher. É possível fazê-lo com êxito e não só com base na paciência. Muitas mulheres conseguem-no com a ajuda de cursos de consultoras especializadas, com a colaboração de empresas que caçam talentos e também com os guias práticos que proliferam nas editoras e na Internet.

Só nos Estados Unidos o número de mães dedicadas exclusivamente ao cuidado dos seus filhos, depois de ter deixado uma ocupação remunerada, atingia no ano passado 5,1 milhões. Isto significa que neste país em cada quatro mães com filhos menores de 15 anos uma abandona temporariamente o mercado de trabalho. Mas a este número de saídas relacionadas com a maternidade, deve somar-se outro contingente cada vez mais relevante: o das mulheres que têm a seu cargo familiares idosos ou doentes. E que acontece quando decidem regressar?

Quando passam dez anos (em 2012)

Um estudo do Center for Work-Life Policy, anterior à última desaceleração económica, revelava que só 40 por cento das mães conseguiam contratos a tempo completo, enquanto as restantes 34 por cento, só os fazia a tempo parcial. No entanto, à medida que a dedicação familiar era mais prolongada os dados tornavam-se cada vez mais desanimadores. Actualmente, segundo Suzanne Bianchi, professora de Sociologia da Universidade da Califórnia, quando as pausas laborais ultrapassam os dez anos "o mais provável é que uma mulher tenha de recomeçar directamente a partir do primeiro escalão; precisa de convencer alguém para que lhe dê uma oportunidade e ter a suficiente confiança em si própria para se lançar".

Mas a confiança e o convencimento devem apoiar-se em algo mais que não seja só a necessidade de conseguir um ordenado ou baseada apenas na experiência conseguida numa etapa anterior. A reincorporação ou o relançamento da carreira profissional (relaunch) - termo de conotações mais positivas que se aplica ao processo de regresso ao mercado depois de uma pausa- já tem consultorias especializadas, como iRelaunch, fundada por Carol Fishman Cohen e Vivian Steir Rabin. Em cinco anos de actividade, esta iniciativa já ministrou uma centena de cursos em universidades, associações e empresas, e além disso, dispõe de um site com recursos e ferramentas de ajuda no sistema de procura de emprego.

Num artigo recente publicado no The Washington Post, Cohen assegurava que "mulheres e homens de alto potencial não o perdem só por interromper o seu progresso profissional durante um certo período de tempo". Na sua opinião, "perdem sobretudo imagem, mas as pessoas com quem trabalharam ou estudaram não se dão conta e, em contrapartida, o reencontro com essas pessoas representa um reforço de confiança e entusiasmo". Pela experiência adquirida nestes anos e recolhida num livro (1) - um guia para mães que decidem regressar ao mercado de trabalho -, Cohen e Steir asseguram que para conseguir um posto de trabalho é normal demorar seis meses a um ano, com os consequentes esforços de reorientação, tornar-se flexível a novas aspirações e saber esperar: "se se conseguir enfrentar vinte entrevistas, consegue-se um lugar".

Programas de reinserção laboral

Outra via para o relançamento da carreira profissional pode ser o recurso a programas empresariais de regresso ao trabalho que começam a ser disponibilizadas por algumas empresas e bancos, como no caso de Accenture, Morgan Stanley, Goldman Sachs, Deloitte e Sara Lee; esta última empresa é conhecida por estar dirigida precisamente por Brenda Barnes, despedida em 1997 de PepsiCo por ter renunciado a um cargo executivo para dedicar mais tempo aos três filhos. Por via de regra os programas de reinserção laboral têm esquemas semelhantes: são dirigidos a profissionais que se ausentaram voluntariamente e a que oferecem a oportunidade de reaprender, de se treinar e demonstrar as suas habilidades. Alguns são abertos, isto é, não exigem que o candidato seja um antigo trabalhador da casa.

Entre os pontos fortes para contratar uma mulher com uma grande pausa laboral no seu curriculum cabe considerar a capacidade de relação, a motivação e a estabilidade emocional, que não são fáceis de encontrar entre candidatos mais jovens. "É certo que se pede um grande esforço para a reintegração no mundo laboral e que se exige sinceridade quando se desconhece o modo de fazer qualquer coisa", mas com a experiência recolhida pela consultora iRelaunch, "as mulheres que regressam são mais estáveis e um dos seus valores próprios consiste na facilidade que têm de trabalhar em equipa". Na opinião de Carol Cohen, o que é mais característico nas que voltam é que "trabalham muito e com eficácia".

Em contrapartida, a consequência menos satisfatória das interrupções laborais situa-se no campo económico. Para Sylvia Ann Hewlett, presidente e fundadora do Center for Work-Life Policy, "é muito difícil que as mulheres que regressam recuperem o mesmo nível e o mesmo ordenado que tinham". Um inquérito realizado por este centro em 2009 e publicado na revista de Harvard Business Press, revela que "quanto mais tempo uma mulher permanece fora do mercado laboral maior é o efeito negativo sobre os futuros ordenados". Por exemplo, um ou dois anos fora supõe perder 14 por cento do poder de compra; em três anos ou mais, a queda pode chegar a 46 por cento.

Nem todos estão de acordo com esta perspectiva. Por baixos que sejam os ordenados na reinserção laboral ou que inclusive impliquem a necessidade de despesas em infantários ou em ajudas no cuidado da família, "não se pode cair no erro de pensar que não vale a pena", afirma Carol Coem. Segundo esta especialista em reinserção laboral, "é preciso valorizar os números no conjunto dum projecto familiar de uma vida inteira, embora possa haver uns anos mais sacrificados"; na sua opinião, não seria razoável atribuir os custos da maternidade unicamente ao maior ou menor ordenado da mulher.

M. Ángeles Burguera

Aceprensa

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