Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Educar num clima de confiança

«O meu pai parece que não confia em mim. Quando me pede para fazer alguma coisa, não descansa enquanto não verifica pessoalmente que o assunto está resolvido. Então para que é que pergunta? Não acredita naquilo que eu lhe digo?».

Estas afirmações de um adolescente fizeram-me pensar. Será que com desconfianças se podem educar de verdade os filhos?

A resposta é, evidentemente, que não. A educação e a amizade requerem um clima de genuína confiança. Clima que manifesta uma verdadeira estima pelo outro ― seja ele de que idade for. É óbvio que é muito importante que os filhos respeitem os seus pais. Mas também devia ser óbvio que isso é muito mais fácil de conseguir quando os filhos se apercebem de que os pais têm uma verdadeira estima por eles.

A desconfiança esfria sempre uma amizade. E o ambiente ideal para os pais educarem os seus filhos é de amizade. Claro que a amizade pai-filho não é equivalente à amizade entre colegas na escola.

Quando notamos que desconfiam de nós, ficamos paralisados. A confiança, pelo contrário, move-nos a actuar com empenho. A corresponder a essa manifestação de verdadeiro apreço. A procurar sermos dignos dessa confiança depositada em nós. A ter iniciativa naquilo que se nos pede. A crescer em sentido de responsabilidade.

Tudo isto, pelo contrário, vem por água abaixo se falta a confiança. Além disso, convém ter em conta que os adolescentes valorizam muito ― às vezes, demasiado ― aquilo que os outros pensam deles. Confiar, no fundo, também é sinónimo de ter fé. Acreditar naquilo que nos dizem. E essa atitude costuma provocar um duplo efeito que favorece muito a tarefa educativa: um sentimento de gratidão e um maior sentido de responsabilidade. Os filhos querem esforçar-se para serem dignos dessa confiança neles depositada.

Mas, atenção: a confiança não se pode aparentar! Se um pai diz que confia e depois “verifica” por sua conta, então, não confia!

Os pais devem conquistar essa confiança dos seus filhos, confiando de verdade neles e fazendo com que sintam isso. Porque só nesse clima é que os filhos comunicarão o seu mundo interior ― preocupações, dificuldades, perplexidades ― e se deixarão ajudar pelos pais.

Que pena que tantos adolescentes estejam mais à vontade para perguntar certos assuntos aos seus colegas da escola do que aos seus pais! Talvez isto seja uma indicação óbvia de que os pais não souberam dedicar-lhes todo o tempo de que eles necessitavam. Não souberam ganhar de verdade a sua confiança.

A confiança dá-se ― mas não se pode impor nem exigir. Os pais ― e em geral, todos os educadores ― fazem-se dignos de confiança pelo exemplo da sua integridade. Pela sua autoridade moral. Valha um exemplo muito actual para terminar: um pai que ajuda em casa nas tarefas domésticas possui toda a autoridade moral para pedir o mesmo aos seus filhos.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

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