Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Obrigado, perdão, ajuda-me mais

Na Missa do dia 27 de setembro, leu-se a carta que o Santo Padre me tinha dirigido para a ocasião da beatificação. O Papa Francisco comenta aquela jaculatória que D. Álvaro repetia com frequência: Obrigado, perdão, ajuda-me mais. Comovemo-nos ao ouvir estas palavras naquela solene cerimónia. São as mesmas que agora vos proponho como lema para os próximos meses – uma expressão concreta da nossa gratidão a Deus –, e que nos oferecem um caminho para a conversa mais profunda que Deus agora nos pede a cada um e a cada uma.

Obrigado! Nestes momentos, brota naturalmente da alma esta primeira exclamação. A nossa gratidão pelo que contemplámos dirige-se ao Rei dos séculos, ao imortal, invisível e único Deus, honra e glória pelos séculos dos séculos [6]. Obrigado, Trindade Santíssima, por este presente que fizeste à Igreja, ao Opus Dei e a toda a humanidade, ao propor como referência e como intercessor a amável figura deste Teu servo. As celebrações em Madrid durante estes dias e as que decorrem na Cidade Eterna e em inúmeros países, com as Missas de ação de graças e com as orações dos milhares de pessoas que vão rezar à Basílica de Santo Eugénio diante do corpo do novo Bem-Aventurado, fazemo¬ las nossas, com o espírito que S. Josemaria condensou, desde os começos da Obra, numas breves e intensas palavras: Deo omnis glória! Regnáre Christum vólumus! Omnes cum Petro ad Iesum per Maríam! Renovemos o desejo de dar a Deus toda a glória, lutando com decisão diária para implantar o reinado de Jesus Cristo na sociedade, bem unidos ao Papa, deixando-nos levar pela Virgem Santíssima, nossa Mãe, até Jesus.

Desejamos muito a sério a graça dos Céus para que este propósito se concretize em obras, porque, como também S. Josemaria lembrava, obras é que são amores, e não boas palavras [7]. Muitas vezes, apesar da boa vontade que pela bondade Deus nos anima, o nosso esforço de conversão é pequeno, pela nossa fraqueza. É então o momento, ao abrigo do que D. Álvaro nos dizia, de recorrermos ao perdão de Deus, sobretudo no exame de consciência ao fim de cada dia e cada vez que nos aproximamos do santo sacramento da Penitência: perdão, ajuda-me mais. Assim, até as lutas perdidas se converterão em batalhas ganhas, e a graça divina convida-nos a recomeçar o combate espiritual com novo impulso.

Consideremos umas palavras do Papa na sua mensagem sobre a beatifi¬cação. Obrigado, perdão, ajuda-me! Nestas palavras se expressa a tensão de uma existência centrada em Deus. De alguém que foi tocado pelo Amor maior e vive totalmente desse Amor. De alguém que, mesmo experimen¬tando as suas fraquezas e limites humanos, confia na misericórdia do Senhor e quer que todos os homens, seus irmãos, a experimentem também [8]. E o Santo Padre acrescenta ainda: o Bem-Aventurado Álvaro del Portillo envia¬ nos uma mensagem muito clara, diz-nos que nos fiemos no Senhor, Ele é nosso irmão, nosso amigo que nunca nos desilude e que está sempre ao nosso lado. Anima-nos a não ter medo de ir contra a corrente e de sofrer para anunciar o Evangelho. Mostra-nos, além disso, que na simplicidade e na quotidianidade da nossa vida, podemos encontrar um caminho seguro de santidade [9].

[6]. 1 Tm 1,17.
[7]. Cfr. S. Josemaria, Caminho, n. 933.
[8]. Papa Francisco, Carta ao Prelado do Opus Dei por ocasião da beatificação de Álvaro del Portillo, 26-VI-2014, festa litúrgica de S. Josemaria.
[9]. Ibid.

D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de outubro de 2014
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

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