Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Não deixeis sós aqueles que são perseguidos pela sua fé

Como na carta do mês passado, volto a pedir-vos que não deixeis sós os homens e as mulheres que sofrem ou são perseguidos por causa da sua fé, em diversas partes do mundo. Não pensemos que não podemos fazer nada. Mesmo que estejamos distantes fisicamente, podemos sustentá-los nas suas penas com a nossa oração, com o nosso sacrifício e, quando for possível, também com os nossos serviços materiais. Sobretudo com uma fidelidade mais viva aos nossos deveres cristãos. S. Josemaria escreveu que a nossa atividade apostólica contribui para a paz, para a colaboração dos homens entre si, para a justiça, para evitar a guerra, para evitar o isolamento, para evitar o egoísmo nacional e os egoísmos pessoais: porque todos se irão apercebendo de que fazem parte de toda a grande família humana, que, por vontade de Deus, está dirigida à perfeição [6].

Todas as guerras são um flagelo para a humanidade, mas as que se provocam com a falsa e blasfema desculpa do nome de Deus são especialmente horríveis – como o Papa Francisco, e antes, os seus predecessores – denunciou muitas vezes. Nas últimas semanas em concreto, tornou-se especialmente dramática a situação dos cristãos e de outras comunidades religiosas no Iraque, também na Síria, na Nigéria e noutras regiões. Perante as atrocidades a que estão a ser submetidos estes nossos irmãos e irmãs, ganha nova atualidade a reflexão do Santo Padre, numa das suas homilias matinais na capela da Casa de Santa Marta: hoje em dia há mais testemunhos, mais mártires na Igreja que nos primeiros séculos. E nesta Missa, recordando os nossos gloriosos antepassados aqui em Roma, também pensamos nos nossos irmãos e irmãs que vivem perseguidos, que sofrem e que, com o seu sangue, fazem crescer a semente de tantas pequenas igrejas que nascem. Rezamos por eles e também por nós [7].

No mês da sua beatificação, peçamos a D. Álvaro pela paz no mundo e, de modo especial, pelo consolo destes cristãos e de tantas outras pessoas de boa vontade que estão a ser atacadas por causa das suas convicções. Também ele sofreu, na sua juventude, a perseguição por motivos religiosos, e enfrentou a possibilidade do martírio, com a completa disposição de o receber se o Senhor lho pedisse, quando, num registo durante os primeiros meses da guerra civil espanhola, os milicianos lhe encontraram no bolso um crucifixo, naqueles tempos, constituía razão suficiente para correr o risco de prisão e de uma severa condenação.

O mesmo aconteceu enquanto estava preso, numa prisão onde recebeu ameaças dos carcereiros, inclusivamente com uma pistola encostada à cabeça. Abandonou-se nas mãos de Deus sem ceder num só gesto que pudesse desdizer da fé ou da esperança que alimentavam a sua alma. Tenho a certeza de que ele levará esta nossa oração até Deus com especial eficácia. Talvez possamos repetir uma prece que S. Josemaria escreveu numa circunstância análoga: Que bonita oração, para repetires com frequência, a daquele amigo que pedia por um sacerdote preso por ódio à religião: "Meu Deus, consola-o, porque sofre perseguição por Ti. Quantos sofrem, porque te servem!" [8].

Ao mesmo tempo, rezamos com autêntica fé por estes novos mártires contemporâneos. Pedimos-lhes também que, do Céu, nos sustentem e nos ajudem a ser testemunhas do amor de Cristo nas nossas famílias, nos bairros e cidades onde residimos, no nosso país e em todo o mundo, e entre os pobres e os doentes. Que todos nós, os cristãos, saibamos ser como eles, luzes acesas neste nosso mundo tão precisado de semeadores de paz e de alegria.

[6]. S. Josemaria, Carta, 9-I-1932, n. 38.
[7]. Papa Francisco, Homilia, 30-VI-2014 (cfr. Meditações Matutinas).
[8]. S. Josemaria, Forja, n. 258.

Torreciudad, 1 de setembro de 2014

D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de setembro de 2014
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

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