Perguntas: responsabilidade de "É o
Carteiro!"
39- Mesmo sendo difícil de entender, pode elaborar mais qual é a
ideia da Igreja sobre o matrimónio?
O matrimónio sacramental é um testemunho do poder da
graça que transforma o homem e prepara toda a Igreja para a cidade santa, a
nova Jerusalém, a própria Igreja, pronta «como uma esposa adornada para o
seu esposo» (Ap 21, 2).
O Evangelho da santidade do matrimónio deve ser
anunciado com audácia profética.
Um profeta tíbio procura na adequação ao espírito dos
tempos a sua própria salvação, mas não a salvação do mundo em Jesus Cristo.
A fidelidade às promessas do matrimónio é um sinal
profético da salvação que Deus doa ao mundo: «quem pode compreender,
compreenda» (Mt 19, 12).
O amor conjugal é purificado, fortalecido e aumentado
pela graça sacramental: «Este amor, ratificado por um compromisso comum e
sobretudo consagrado por um sacramento de Cristo, permanece indissoluvelmente
fiel na boa e na má sorte, a nível do corpo e do espírito; por conseguinte
exclui qualquer adultério e divórcio» (Gaudium
et spes, 49).
Por conseguinte, os esposos, participando em virtude
do sacramento do matrimónio do amor definitivo e irrevogável de Deus, podem em
virtude disto ser testemunhas do amor fiel de Deus, nutrindo constantemente o
seu amor através de uma vida de fé e de caridade.
40- A par desse enunciado geral – e radicalmente optimista – a
Igreja deve ter os pés no chão e conhecer a dificuldade das vidas reais. Quando
o olhar da Igreja tropeça nesses casos, que tem a dizer?
Certamente, há situações – cada pastor o sabe – nas
quais a convivência matrimonial se torna praticamente impossível por causa de
graves motivos, como por exemplo em caso de violência física ou psíquica.
Nestas dolorosas situações a Igreja sempre permitiu
que os cônjuges se pudessem separar e não vivessem mais juntos.
Contudo, deve ser esclarecido que o vínculo conjugal
de um matrimónio validamente celebrado permanece estável diante de Deus e ambas
as partes não são livres de contrair um novo matrimónio enquanto o outro
cônjuge for vivo.
Os pastores e as comunidades cristãs devem portanto
comprometer-se em promover de todas as formas a reconciliação também nestes
casos ou, quando isto não for possível, em ajudar as pessoas concernidas a
enfrentar na fé a própria difícil situação.
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