A arca da aliança, além de conter as tábuas da lei, encerrava uma porção do maná com que Deus tinha nutrido o povo durante o seu peregrinar pelo deserto. Esse alimento – assim o ensinou o próprio Jesus no discurso do Pão da Vida, em Cafarnaum [10] – era sinal da Eucaristia, verdadeiro corpo e sangue de Cristo, que, sob o véu do sacramento, reservamos nos nossos tabernáculos para adorar o Senhor e para nos alimentarmos desse grande Tesouro. Ele tornou-se o novo maná para os que vamos a caminho da morada eterna.
Reparemos que a Santíssima Virgem é modelo de comportamento para nós. Quem tratou Jesus na terra com mais delicadeza e carinho do que Ela? Quem esteve mais pendente d’Ele nos longos anos de vida oculta e na vida pública? Quem o recebeu com maior devoção na Sagrada Comunhão, depois de o Senhor ter partido para o Céu deixando o dom inigualável do seu Sacrifício e da sua Presença sacramental nas mãos dos Apóstolos e dos seus sucessores no sacerdócio? Verdadeiramente, como afirmava o beato João Paulo II, Maria é a Mulher eucarística por excelência.
Reparai noutra lição que podemos aprender, ao contemplar Santa Maria, foederis arca, verdadeira arca da aliança, como nos sugere a liturgia desta festa. Aprendamos d’Ela a cuidar mais e melhor o modo de tratar Jesus Cristo na Palavra e na Eucaristia, na leitura e meditação da Escritura, na assistência ou celebração da Missa e na Sagrada Comunhão. Porque «nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus», disse o Senhor. – Pão e palavra! – Hóstia e oração.
Se não, não terás vida sobrenatural [11].
[10]. Cfr. Jo 6, 26-59.
[11]. S. Josemaria, Caminho, n. 87.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta de mês de agosto de 2012)
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