Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Oásis

Todos os anos é a mesma coisa. A partir dos primeiros dias do mês de Maio, dos mais variados locais do país, homens e mulheres fazem-se à estrada. Alguns caminham centenas de quilómetros, ao longo de vários dias, outros percorrem distâncias mais curtas. Muitos vão a pé, desgranando as contas do rosário, apoiados num bordão, de mochila às costas e bolhas nos pés.

Um destino comum: Fátima. Um denominador comum: a fé. Mas são muitas as idades, como variadas as condições económicas e sociais. Muitos vão pedir graças, alguns agradecer, muitos transportam encargos alheios. Mas há também quem leve apenas o seu rezar ou, se nem isso souber, tão só o seu olhar.

Talvez não haja povoação mais desinteressante, em termos humanos, do que Fátima. Mesmo as grandiosas basílicas não primam pela beleza. A paisagem natural é vulgar, quase banal. E as lojas de artigos religiosos, geralmente de gosto muito duvidoso, têm o condão de desanimar até o mais fervoroso crente.

Sei de pessoas que foram a Fátima pedir emprego e não o obtiveram. Doentes que imploraram a cura e não lograram debelar os seus males. Coxos, que coxos ficaram e ainda hoje o são. Mas não conheço ninguém, absolutamente ninguém, que tendo alguma vez peregrinado até à Cova da Iria, de lá não tenha trazido uma bênção de Deus.

Por isso, no deserto em que se converteu o mundo moderno, tão cheio de coisas supérfluas mas tão vazio do que é essencial, são precisos, mais do que nunca, estes oásis de espiritualidade.

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada em 2013 in 'i' online http://www.ionline.pt/iOpiniao/oasis

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