Sou leitora
frequente das suas crónicas. Louvo o seu raciocínio e a honestidade intelectual
que lhe é habitual, e que escasseia nos comentadores da actualidade, mas que
infelizmente me parece ter faltado no seu texto recente sobre "os bispos e
o sexo". Por esta mesma razão não posso deixar de apontar algumas coisas:
Em primeiro
lugar, quando se refere ao "vazio da Igreja em relação à
sexualidade", fá-lo na ignorância certa do que a Igreja diz sobre este
assunto. Podia falar nas 129 catequeses que o Papa João Paulo II dedicou sobre
o assunto - e que até deram origem à chamada "Teologia do Corpo", ou
nos diversos documentos do Magistério que foram sendo publicados ao longo do
tempo e que não só explanam bem a ideia de que nada há de vazio quanto a este
assunto, como ainda para mais se dedicam a estudá-lo com profundidade.
Em segundo
lugar, expressões como "discurso ultra-defensivo em relação ao
desejo", a "diabolização" da sexualidade e o "mundo
assexual da Igreja" enquanto caracterizadoras da visão da Igreja sobre o
sexo são de uma total desconexão com a realidade. Podíamos falar sobre isto
horas a fio, latim que se dispensa, quando se pega no Catecismo e lê-se ipsis verbis "a sexualidade é fonte
de alegria e de prazer. (...) foi o próprio Criador quem estabeleceu que, nesta
função, os esposos experimentassem prazer e satisfação do corpo e do
espírito."
Em terceiro
lugar, relativamente à acusação de que a Igreja não soube reagir à sociedade
"pós-pílula", eu diria que a sociedade nunca soube reagir à sexualidade.
Aliás, o "mundo ultra-sexualizado e encharcado de pornografia" revela
bem que quando não compreendemos algo, e não sabemos que "uso" lhe
dar, as más escolhas são uma certeza.
Dizer que o
Homem é um fim em si mesmo e não um objecto de desejo, que a sexualidade é
parte integrante de um corpo –que não temos, que somos-, e que por isso é uma
dimensão que deve ser vivida com toda a verdade da nossa existência não me
parecem conselhos de gente assexuada que diaboliza o desejo.
Da minha
parte, descobrir as catequeses que lhe referi há pouco mudou a minha vida. Para
melhor, porque descobri quem sou, porque razão sou este corpo.
Sei que o sexo
não é bom, é óptimo, e ajudo, com o meu marido, outros casais a perceberem o
mesmo: a relação sexual é a expressão máxima do amor entre um homem e uma
mulher; e isto tem tanto de humano, como de divino.
Por ultimo, e
para não me alongar, deixe-me que lhe diga que quem escreve é uma mulher
católica, de 24 anos, que se casou aos 20, mãe de 2, jovem de jeans e t-shirt
que passa mais tempo no Facebook do que devia. E sou mesmo, mesmo feliz.
Catarina Matos Correia na sua página
no Facebook
1 comentário:
DEUS NOS ABENÇOE.
PARABÉNS MINHA FILHA.
UMA JOVEM QUE AMA A CRISTO, ESTUDA A SUA IGREJA.
PERMANEÇA EM PAZ.
COM AMOR.
MAE.
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