A professora universitária e especialista em Paleografia, Maria José Azevedo Santos, analisou o manuscrito da terceira parte do segredo de Fátima e considera que se trata de um documento “autêntico”.
“A Igreja nunca teve dúvidas de que o documento era original e se a Igreja reclama à ciência que apresente a sua leitura, poderíamos, é óbvio, encontrar algum elemento contraditório, o que não aconteceu, trata-se de um documento autêntico, verdadeiro, que saiu das mãos da Irmã Lúcia”, refere Maria José Azevedo Santos em declarações ao jornal oficial do santuário mariano, ‘Voz da Fátima’.
“O documento tem uma dimensão universal, porque o interesse dele não se restringe só à comunidade cristã católica, é património da humanidade”, acrescenta a professora universitária.
Maria José Azevedo Santos destaca algumas das caraterísticas do manuscrito em investigação, nomeadamente o facto de não ter a assinatura da autora, a Irmã Lúcia, sendo que não é no entanto “a ausência de assinatura que invalida a autenticidade do documento”.
“Pudemos comparar a letra com outros documentos manuscritos pela Irmã Lúcia e chegar à conclusão de que este, que não está assinado, é da mesma autora, esta é a conclusão científica”, explica em entrevista ao jornal oficial do Santuário de Fátima que vai ser publicada a 13 de janeiro.
Professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, especialista em diplomática e paleografia, Maria José Azevedo Santos foi convidada a analisar, à luz destas duas ciências, o manuscrito da terceira parte do segredo de Fátima, propriedade do Vaticano, atualmente confiado ao Santuário de Fátima que o colocou na exposição temporária ‘Segredo e Revelação’, patente ao público até ao final de outubro de 2014.
“Este meu testemunho é verdadeiramente um testemunho singular, porque o encargo que recebi é também singular, fui a primeira mulher leiga a entrar em contato direto com o documento em apreço, com prévia autorização de Sua Santidade, o Papa Francisco, concedida aos delegados do Bispo de Leiria-Fátima”, destaca a investigadora.
Maria José Azevedo Santos, esteve em Roma em setembro de 2013 acompanhada pelo então diretor do serviço de Estudos e Difusão (SESDI) do Santuário de Fátima, o padre Luciano Cristino, e pelo diretor do Museu do Santuário de Fátima, Marco Daniel Duarte onde durante uma semana, recolheram os elementos necessários ao estudo diplomático e paleográfico do documento, com a autorização do Arquivo da Congregação para a Doutrina Fé, onde o manuscrito está habitualmente guardado.
O documento, que se encontra custodiado na Congregação para a Doutrina da Fé, tinha saído duas vezes do arquivo, a pedido do Papa João Paulo II, na sequência do atentado, a 13 de maio de 1981, e no ano 2000 quando o prefeito da Congregação, como emissário do Papa, veio a Coimbra fazer o reconhecimento do manuscrito com a irmã Lúcia.
A exposição ‘Segredo e Revelação – exposição temporária evocativa da aparição de julho de 1917’, está patente no Convivium de Santo Agostinho, na zona da Reconciliação da Basílica da Santíssima Trindade.
MD / Agência Ecclesia
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