Na Missa desta segunda-feira na Capela da Casa de Santa Marta o Papa Francisco afirmou que a Palavra de Deus é viva e eficaz e ajuda a discernir os sentimentos e os pensamentos do coração. “Deus faz as coisas novas” continuou o Santo Padre que considerou que Jesus no Evangelho deste dia é muito claro. Tomando como estímulo de reflexão o Capítulo II do Evangelho de São Marcos, que a liturgia do dia nos propõe, o Papa Francisco esclareceu:
“O Evangelho é novidade: A Revelação é novidade. O nosso Deus é um Deus que sempre faz as coisas novas e pede-nos esta docilidade à sua novidade. No Evangelho, Jesus é claro nisto, é muito claro: vinho novo em odres novos. O vinho trá-lo Deus, mas tem que ser recebido com esta abertura à novidade. E isto chama-se docilidade. Nós podemos perguntar-nos: eu sou dócil à Palavra de Deus ou faço sempre aquilo que eu creio que seja a Palavra de Deus? Ou faço passar a Palavra de Deus para um alambique e afinal é uma outra coisa em relação àquilo que Deus quer fazer?”
“Quando eu quero tirar eletricidade de uma fonte elétrica, se o aparelho que eu tenho não funciona, procuro um adaptador. Nós devemos sempre procurar adaptarmo-nos a esta novidade da Palavra de sermos abertos à novidade. Saul, precisamente o eleito de Deus, o ungido de Deus, tinha esquecido que Deus é surpresa e novidade. Tinha-se esquecido, tinha-se fechado nos seus pensamentos, nos seus esquemas e assim, raciocinou humanamente.”
O Papa Francisco refletiu, assim, sobre a Primeira Leitura retirada do Livro de Samuel em que Saul – segundo o comentário do Santo Padre - raciocina com “o seu próprio pensamento, com o seu coração, fechado nos seus hábitos, não obedecendo à Palavra de Deus, não sendo dócil à Palavra de Deus”. É uma passagem importante do Antigo Testamento em que o elemento mais considerável da narrativa está na declaração de Samuel: a obediência vale mais do que o sacrifício. E esta afirmação de Samuel fez o Papa pensar sobre o que são a liberdade e a obediência cristãs:
“A liberdade cristã e a obediência cristã são a docilidade à Palavra de Deus, é ter aquela coragem de tornar-se em odres novos, para este vinho novo que vem continuamente. Esta coragem de discernir sempre: discernir, digo eu, não relativizar: Discernir sempre que coisa faz o Espírito no meu coração, o que quer o Espírito do meu coração, o que quer o Espírito no meu coração, onde me leva o Espírito no meu coração. E obedecer. Discernir e obedecer. Peçamos hoje a graça da docilidade à Palavra de Deus, a esta Palavra que é viva e eficaz, que discerne os sentimentos e os pensamentos do coração.”(RS)
(Fonte: 'news.va')
Vídeo da ocasião em italiano
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