(…) o Credo resume os novíssimos ou realidades depois da morte,
as coisas últimas – a nível individual e a nível coletivo – que
acontecerão a cada pessoa e a todo o universo. A reta razão é capaz de intuir
que depois da vida terrena, há um mais além em que se restabelecerá
plenamente a justiça, tantas vezes violada aqui em baixo. Mas só à luz da
Revelação divina – e especialmente com a clareza da Encarnação, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo – estas verdades ganham nítidos contornos, se bem que continuem
envoltas num véu de mistério.
Graças aos ensinamentos de Nosso Senhor, as realidades últimas perdem o sentido
tétrico e fatalista que muitos homens e mulheres lhes têm dado ao longo da
História. A morte corporal é um facto a todos evidente, mas em Cristo adquire
um sentido novo. Não é só uma consequência de sermos criaturas materiais, com
um corpo físico que tende naturalmente à desagregação, e não se fica apenas por
ser um castigo do pecado, como o Antigo Testamento já revelava. S. Paulo
escreve: para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro. E noutro momento
acrescenta: Esta palavra é digna de confiança: se morremos com Ele, com Ele
também viveremos [3]. «A novidade essencial da morte cristã está nisto:
pelo Batismo, o cristão já “morreu com Cristo” sacramentalmente, para viver uma
vida nova. Se morremos na graça de Cristo, a morte física consuma este “morrer
com Cristo” e completa assim a nossa incorporação n’Ele, no Seu ato redentor»
[4].
[3]. Flp 1, 21 e 2 Tm
2, 11.
[4]. Catecismo da Igreja Católica, n. 1010.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus
Dei na carta do mês de novembro de 2013)
© Prælatura Sanctæ
Crucis et Operis Dei
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