Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 22 de setembro de 2013

O coração do Papa

Não é talvez um caso que a longa entrevista ao Papa Francisco, concedida a Antonio Spadaro e que deu imediatamente a volta ao mundo, tenha saído na vigília de uma data importante na vida de Jorge Mario Bergoglio. Como o bispo de Roma confidenciou aos seus sacerdotes, foi precisamente na festa de são Mateus de há sessenta anos - era o dia 21 de Setembro de 1953 - que, repentinamente, descobriu a sua vocação. Com 17 anos, confessou-se e, como disse a Sérgio Rubin e Francesca Ambrogetti, "aconteceu-me algo de estranho. Não sei o que era precisamente, mas mudou a minha vida".

Ali está a raiz do jesuíta e do bispo que depois quis como seu lema episcopal uma singular expressão latina usada pelo monge Beda para descrever a chamada do apóstolo Mateus, quando Jesus "teve misericórdia dele e o escolheu" (miserando atque eligendo).

Expressão que revela perfeitamente o coração do Papa, manifestado com clareza na entrevista: a consciência de ser amado por Deus e a exigência de responder a este olhar.

Assim o texto insere-se, sem dúvida em dimensões mais reduzidas, num género literário escolhido pelos Papas na segunda metade do século XX: com uma série aberta em 1967 pelos Diálogos com Paulo VI, de Jean Guitton, continuada de modo diferente por João Paulo II e chegando em 2010, com Bento XVI, à Luz do mundo, de Peter Seewald. Com uma única finalidade: procurar continuamente um diálogo com as mulheres e os homens de hoje e fazer-se compreender.

Como a Igreja sempre fez, no esforço de responder com fidelidade à palavra de Cristo, embora com as inevitáveis imperfeições humanas. É isto, e nada mais, que está a fazer o Papa Francisco, procurando uma relação pessoal de caridade com quem se encontra, não obstante as diferentes interpretações. Assim volta, como disse Paulo VI concluindo o concílio, "a antiga história do samaritano". Que parou para socorrer o homem ferido e abandonado no caminho.

GIOVANNI MARIA VIAN - Diretor

(© L'Osservatore Romano - 15 de Setembro de 2013)

Sem comentários: