2º Sermão para o Advento, §§1-2; SC 166
«Eis o rei que vem: acorramos a receber o nosso Salvador» (liturgia do Advento). Bem dizia Salomão que «água fresca para boca sedenta, assim é uma boa nova vinda de terra longínqua» (Pr 25,25). Sim, é bom mensageiro aquele que anuncia o advento do Salvador, a reconciliação do mundo, os bens do mundo futuro. «Que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que apregoa a boa-nova e que proclama a salvação!» (Is 52,7). [...]
Tais mensageiros são uma água fresca e uma bebida salutar para a alma sedenta de Deus; na verdade, aquele que anuncia o advento do Senhor ou os Seus mistérios dá-nos a beber água tirada com alegria das fon¬tes da salvação (Is 12,3). É por isso que me parece que, àquele que traz tal anúncio, [...] a alma responde com as palavras de Isabel, que fora saciada com o mesmo Espírito: «E donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação», o meu espírito exultou de alegria no meu coração, impaciente por ir ao encontro do Deus, seu Salvador.
Na verdade, meus irmãos, é de espírito exultante que temos de ir ao encontro de Cristo que vem. [...] «Meu Salvador e meu Deus!» (Sl 42,5) Com que condescendência saúdas os Teus servos e, mais ainda, os salvas! [...] Tu deste-nos a salvação, não apenas por palavras de paz, mas pelo beijo da paz, isto é, unindo-Te à nossa carne; e salvaste-nos pela Tua morte na cruz.» Que o nosso espírito exulte, pois, num transporte de alegria, que corra a receber o seu Salvador que vem de longe, aclamando-O com estas palavras: «Senhor, salva-nos! Senhor, dá-nos a vitória! Bendito o que vem em nome do Senhor!» (Sl 117,25-26).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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