Bento XVI recebeu na manhã desta quarta-feira, 3, dezenas de milhares de fiéis na tradicional audiência geral de quarta-feira. O encontro realizou-se na Praça São Pedro, aonde o Pontífice chegou no papa-móvel saudando de perto os peregrinos e turistas de todo o mundo.
Depois de abordar o tema da liturgia na última quarta-feira, desta vez o tema principal foi “o espaço que dedicamos à oração litúrgica, especialmente a Missa, em nossas vidas”.
A oração cristã consiste em olhar constantemente e de modo sempre novo para Cristo, falar com Ele, estar em silêncio com Ele, ouvi-lo, agir e sofrer com Ele. “Ao identificar-nos com Ele, sentindo-nos uma só coisa, redescobrimos a nossa identidade: somos filhos que vemos Deus como um Pai, repleto de amor. Mas – ressaltou o Papa – só na Igreja Cristo pode ser descoberto e conhecido como Pessoa vivente. Ela é o ‘seu Corpo’. Participando da liturgia, assumimos a língua da mãe Igreja, aprendemos a falar nela e por ela”.
O Papa respondeu à questão apresentada no início de sua catequese: como aprender a rezar? “Dirigindo-me a Deus como Pai, rezando com a Igreja, aceitando o dom de suas palavras que pouco a pouco se tornam familiares e adquirem sentido. O diálogo que Deus estabelece connosco inclui sempre o ‘com’; não se pode rezar a Deus de modo individualista porque não lhe falamos como indivíduos, mas como Igreja que reza; entramos na grande comunidade na qual o próprio Deus nos nutre”.
“Assim sendo, não são os sacerdotes ou os fiéis a celebrar a liturgia... ela é primariamente ação de Deus através da Igreja, que tem história, tradição e criatividade próprias. Tal universalidade, característica de toda a liturgia, é uma das razões porque não pode ser ideada ou modificada por comunidades ou ‘especialistas’, mas deve se manter fiel às formas da Igreja universal”.
“Até na liturgia das pequenas comunidades, está sempre presente a Igreja inteira. Não existem ‘estrangeiros’ na comunidade litúrgica. Em toda celebração litúrgica, participa toda a Igreja: céu e terra, Deus e os homens. A liturgia cristã expressa o ‘sim’ da comunidade, é por natureza católica, provém de tudo e conduz a tudo, em unidade com o Papa, com os Bispos, com os fiéis de todas as épocas e lugares. Quanto mais uma celebração for animada por esta consciência, mais frutuosamente se realiza nela o sentido autêntico da liturgia”.
Para terminar, Bento XVI disse que a Igreja se faz visível em muitos modos: nas ações de caridade, em projetos de missão, no apostolado pessoal dos fiéis, etc., mas o lugar em que ela se expressa plenamente como Igreja é na liturgia. “Ela é o ato em que Deus entra na nossa realidade e aí encontramo-lo, tocamos-lhe. Ele vem a nós e ilumina-nos. Por isso, quando centramos nossa atenção em como torná-la atraente, interessante e bonita, corremos o risco de nos esquecer do essencial: que a liturgia se celebra para Deus e não para nós mesmos; é obra sua, é Ele o sujeito; nós devemos nos abrir a Ele e deixarmo-nos guiar por Ele e por seu Corpo, que é a Igreja”.
Depois desta catequese, lida em italiano, Bento XVI fez resumos em várias línguas, como português:
“Orar é estar habitualmente na presença de Deus, viver a relação com Ele à semelhança das relações que temos com os nossos familiares e pessoas que nos são caras. Por meio da oração entramos numa relação viva de filhos de Deus com o Pai, por meio de Jesus Cristo, no Espírito Santo. Neste sentido, não podemos esquecer que a Igreja é o único lugar onde podemos encontrar a Cristo como Pessoa vivente, sobretudo nas celebrações litúrgicas. De facto, a liturgia, ao fazer presente e atual o Mistério pascal de Cristo, faz com que Deus entre na nossa realidade, permitindo-nos encontrá-Lo e, por assim dizer, tocá-lo. Assim, na liturgia aprendemos a fazer nossas as palavras que a Igreja dirige ao seu Senhor e Esposo, o que nos leva a compreender que a oração tem uma dimensão coletiva: não podemos nunca rezar a Deus de um modo individualista. Por isso a liturgia deve ser fiel às formas da Igreja Universal, não podendo ser modificada pelos indivíduos, sejam sacerdotes ou leigos, pois mesmo na celebração litúrgica da menor das comunidades, a Igreja inteira está presente.
Amados peregrinos vindos do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa: sede todos bem-vindos! Aprendei a viver bem a liturgia, pois esta é o caminho para dirigir o vosso olhar a Deus, superando todo individualismo e egoísmo, através da comunhão com a Igreja viva de todos os tempos e lugares. Que Deus vos abençoe! Obrigado!”.
No final da audiência o Papa concedeu a sua bênção apostólica.
Depois de abordar o tema da liturgia na última quarta-feira, desta vez o tema principal foi “o espaço que dedicamos à oração litúrgica, especialmente a Missa, em nossas vidas”.
A oração cristã consiste em olhar constantemente e de modo sempre novo para Cristo, falar com Ele, estar em silêncio com Ele, ouvi-lo, agir e sofrer com Ele. “Ao identificar-nos com Ele, sentindo-nos uma só coisa, redescobrimos a nossa identidade: somos filhos que vemos Deus como um Pai, repleto de amor. Mas – ressaltou o Papa – só na Igreja Cristo pode ser descoberto e conhecido como Pessoa vivente. Ela é o ‘seu Corpo’. Participando da liturgia, assumimos a língua da mãe Igreja, aprendemos a falar nela e por ela”.
O Papa respondeu à questão apresentada no início de sua catequese: como aprender a rezar? “Dirigindo-me a Deus como Pai, rezando com a Igreja, aceitando o dom de suas palavras que pouco a pouco se tornam familiares e adquirem sentido. O diálogo que Deus estabelece connosco inclui sempre o ‘com’; não se pode rezar a Deus de modo individualista porque não lhe falamos como indivíduos, mas como Igreja que reza; entramos na grande comunidade na qual o próprio Deus nos nutre”.
“Assim sendo, não são os sacerdotes ou os fiéis a celebrar a liturgia... ela é primariamente ação de Deus através da Igreja, que tem história, tradição e criatividade próprias. Tal universalidade, característica de toda a liturgia, é uma das razões porque não pode ser ideada ou modificada por comunidades ou ‘especialistas’, mas deve se manter fiel às formas da Igreja universal”.
“Até na liturgia das pequenas comunidades, está sempre presente a Igreja inteira. Não existem ‘estrangeiros’ na comunidade litúrgica. Em toda celebração litúrgica, participa toda a Igreja: céu e terra, Deus e os homens. A liturgia cristã expressa o ‘sim’ da comunidade, é por natureza católica, provém de tudo e conduz a tudo, em unidade com o Papa, com os Bispos, com os fiéis de todas as épocas e lugares. Quanto mais uma celebração for animada por esta consciência, mais frutuosamente se realiza nela o sentido autêntico da liturgia”.
Para terminar, Bento XVI disse que a Igreja se faz visível em muitos modos: nas ações de caridade, em projetos de missão, no apostolado pessoal dos fiéis, etc., mas o lugar em que ela se expressa plenamente como Igreja é na liturgia. “Ela é o ato em que Deus entra na nossa realidade e aí encontramo-lo, tocamos-lhe. Ele vem a nós e ilumina-nos. Por isso, quando centramos nossa atenção em como torná-la atraente, interessante e bonita, corremos o risco de nos esquecer do essencial: que a liturgia se celebra para Deus e não para nós mesmos; é obra sua, é Ele o sujeito; nós devemos nos abrir a Ele e deixarmo-nos guiar por Ele e por seu Corpo, que é a Igreja”.
Depois desta catequese, lida em italiano, Bento XVI fez resumos em várias línguas, como português:
“Orar é estar habitualmente na presença de Deus, viver a relação com Ele à semelhança das relações que temos com os nossos familiares e pessoas que nos são caras. Por meio da oração entramos numa relação viva de filhos de Deus com o Pai, por meio de Jesus Cristo, no Espírito Santo. Neste sentido, não podemos esquecer que a Igreja é o único lugar onde podemos encontrar a Cristo como Pessoa vivente, sobretudo nas celebrações litúrgicas. De facto, a liturgia, ao fazer presente e atual o Mistério pascal de Cristo, faz com que Deus entre na nossa realidade, permitindo-nos encontrá-Lo e, por assim dizer, tocá-lo. Assim, na liturgia aprendemos a fazer nossas as palavras que a Igreja dirige ao seu Senhor e Esposo, o que nos leva a compreender que a oração tem uma dimensão coletiva: não podemos nunca rezar a Deus de um modo individualista. Por isso a liturgia deve ser fiel às formas da Igreja Universal, não podendo ser modificada pelos indivíduos, sejam sacerdotes ou leigos, pois mesmo na celebração litúrgica da menor das comunidades, a Igreja inteira está presente.
Amados peregrinos vindos do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa: sede todos bem-vindos! Aprendei a viver bem a liturgia, pois esta é o caminho para dirigir o vosso olhar a Deus, superando todo individualismo e egoísmo, através da comunhão com a Igreja viva de todos os tempos e lugares. Que Deus vos abençoe! Obrigado!”.
No final da audiência o Papa concedeu a sua bênção apostólica.
Rádio Vaticano na sua edição para o Brasil com adaptação de JPR
Vídeo em italiano
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