Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A CATEQUESE (2)

Com certeza que não se entenda pelo que escrevi no texto anterior, que o ensino da Doutrina não é importante e imprescindível.
Claro que é, porque não se pode amar aquilo que não se conhece, e para se amar Jesus Cristo é preciso conhecer o seu “todo”: o Deus, o Homem, o seu ensinamento, a sua Igreja.

Mas, nas nossas vidas, quando amamos os outros, não só precisamos de os conhecer, (o que são e o que pensam), mas também precisamos de privar com eles, conversando, convivendo, celebrando as datas importantes das suas e nossas vidas em conjunto.
E este viver, este conviver, este celebrar, tem sempre alguma emoção, (somos seres emocionais), pois se assim não fosse, como poderíamos nós expressar o nosso sentir no riso, nas lágrimas, e tantas outras expressões que cada situação contém.
Ora se a emoção sem controle pode ser perniciosa, a vida sem emoção não existe, é vazia e sem sentido.
Por isso é necessário também que desde o início da catequese as crianças sejam levadas a viver a emoção de sentir Deus próximo, que não seja um Deus longe e inacessível, mas um Deus perto, com Quem podemos rir, chorar e sentir que Ele ri e chora connosco.

E o sentir essa emoção do Deus próximo, tem a muito ver com essa oração pessoal, individual e colectiva, feita de palavras nossas, que constituem um diálogo com Deus contando as nossas vidas, as nossas preocupações e as nossas alegrias.
E ao habituarmos as crianças a rezarem, (falarem com Jesus), de quando em vez em frente do sacrário, não só as leva a esse encontro pessoal e intimo com Deus, mas também lhes dá a “dimensão” da presença de Jesus Eucarístico, “dimensão” tão importante para a Missa se “transformar” num encontro com Deus e não numa celebração “seca” como hoje em dia se diz.

Mas para isso, é necessário que nós catequistas tenhamos também essa intimidade com Deus, essa forma de orar dialogando, esse encontro tão pessoal com Jesus, que nos leva a falar d’Ele com paixão, com amor, com testemunho, de tal modo que leve os jovens a perceberem que há um Deus bem real e presente nas nossas vidas.
Com certeza que cada catequista tem a sua espiritualidade, a sua maneira de sentir e viver Deus, mas se por acaso essa vivência não é a de um Deus próximo e presente nas nossas vidas, como podemos nós transmitir a realidade da presença de Deus entre nós e em nós?
Sobretudo, se em casa os pais não são cristãos “activos”, e portanto não o sendo, não são os primeiros catequistas, a criança não terá a mínima ligação com Deus, e se não for levada a “perceber” Deus na sua vida, a catequese transforma-se em mais uma escola, em mais um estudo, em mais uma obrigação, em que é preciso decorar um certo número de coisas, que, ainda por cima, parecem não ter qualquer importância para vida do dia-a-dia.

Para se ser catequista não será, portanto, apenas necessário saber o guia de “fio a pavio”, conhecer muitas dinâmicas, “ter jeito” para ensinar, mas para além disso, ser um cristão de vivência diária da fé que testemunha Cristo na sua vida, nas suas atitudes, nos seus gestos, nos seus sentires, na sua entrega e, sobretudo, confiar que é Ele que transforma, que converte, que dá a graça da fé, servindo-se de nós, seus «servos inúteis».

Reparemos que muitos pais cristãos convictos e empenhados, podendo não saber muito de catequese, são no entanto aqueles que dão aos filhos os seus primeiros contactos com Deus, e fazem-no de tal forma e com tal paixão, (nas orações da noite, junto à cama, às refeições, etc.), que os seus filhos sentem que Deus faz parte das suas vidas, faz parte das suas famílias, e que é o Guia de amor sempre presente, que os conduz em cada momento alegre ou triste, dando-lhes razão de vida e razão de amor, e portanto vai perdurar para sempre nas suas vidas, mesmo que aconteçam afastamentos mais ou menos longos, como a mim aconteceu.

Nota:
Gostaria que estes textos não fossem entendidos como uma qualquer crítica ou “lição”, (para tal não tenho competência), mas sim fruto de uma reflexão pessoal que vou fazendo ao sabor do que vou escrevendo.

Marinha Grande, 3 de Julho de 2013

Joaquim Mexia Alves

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