Desde o primeiro instante em que assumiu a Cátedra de Pedro, João Paulo II confiou seu Pontificado a Nossa Senhora. Porém, a ligação com a Mãe de Jesus começou muito antes do papado. Ainda quando bispo, seu lema “Totus Tuus” indicava a forte devoção de Karol Wojtyla. Fé que o Papa renovava cada vez em que peregrinava a um santuário mariano.
Esse é o Quadro Memória História, que hoje nos leva ao ano de 1982.
Estamos em Portugal. Em 13 de maio de 1982, João Paulo II visitava pela primeira vez como Papa o Santuário de Fátima, em forma de agradecimento pela sua própria vida, como lembrou.
“Venho hoje aqui, porque exatamente neste mesmo dia do mês, no ano passado, dava-se, na Praça São Pedro, em Roma, o atentado contra a vida do Papa, que misteriosamente coincidia com o aniversário da primeira aparição em Fátima, a qual se verificou a 13 de Maio de 1917. Estas datas encontraram-se entre si de tal maneira, que me pareceu reconhecer nisso um chamamento especial para vir aqui. E eis que hoje aqui estou. Vim para agradecer à Divina Providência, neste lugar, que a Mãe de Deus parece ter escolhido de modo tão particular”.
O Papa então lembrou os mistérios de Fátima, que em 13 de maio de 1917 começaram a ressoar pelo mundo, até 13 de outubro daquele mesmo ano.
“Convertei-vos (fazei penitência), e acreditai na Boa Nova (Mc. 1, 15): são estas as primeiras palavras do Messias dirigidas à humanidade. E a mensagem de Fátima, no seu núcleo fundamental, é o chamamento à conversão e à penitência, como no Evangelho. Este chamamento foi feito nos inícios do século vinte e, portanto, foi dirigido, de um modo particular a este mesmo século. A Senhora da mensagem parecia ler, com uma perspicácia especial, os ‘sinais dos tempos’, os sinais do nosso tempo”.
João Paulo II, durante sua homília no Santuário de Fátima, disseq que “consagrar o mundo ao Coração Imaculado de Maria” era o caminho para estar mais perto da Fonte da Vida.
“Consagrar o mundo ao Imaculado Coração da Mãe significa voltar de novo junto da Cruz do Filho. Mais quer dizer, ainda: consagrar este mundo ao Coração trespassado do Salvador, reconduzindo-o à própria fonte da Redenção. A Redenção é sempre maior do que o pecado do homem e do que ‘o pecado do mundo’. A força da Redenção supera infinitamente toda a espécie de mal, que está no homem e no mundo”.
Há trinta anos João Paulo II disse estar com o “coração amargurado” por ver os caminhos opostos que a humanidade seguia em relação ao apelo de Nossa Senhora de Fátima à penitência e à conversão.
“O pecado adquiriu assim um forte direito de cidadania e a negação de Deus difundiu-se nas ideologias, nas concepções e nos programas humanos!”
Um recado que pode estar no registrado no passado, mas que nos dias de hoje, continua muito atual.
(RB)
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