O gesto do Papa Bento XVI não apenas surpreendeu o mundo, mas revelou muitas verdades e confirmou tantas outras. Uma delas concerne à importância que a Igreja Católica tem diante da comunidade internacional, no conceito das nações. Todos os segmentos se manifestaram.
Outra é a confirmação do carisma de José Ratzinger. Ele sempre teve luz própria que, nesta ocasião, brilha de um modo intenso, mesmo sem a motivação da morte, momento provocador de comoção.
Outra é a confirmação do carisma de José Ratzinger. Ele sempre teve luz própria que, nesta ocasião, brilha de um modo intenso, mesmo sem a motivação da morte, momento provocador de comoção.
Mas deixemos a periferia do facto e vamos para o centro da questão.
Bento XVI mostrou liberdade em relação ao cargo e grande amor a Jesus Cristo e sua Igreja, e uma fé inquebrantável na Providência, além de autêntica humildade. O seu exemplo serve para todos nós, principalmente para aqueles que ocupam cargos importantes e, apesar dos grandes limites sentidos e manifestados, não imaginam que Deus pode colocar alguém com tal amor na função no cargo que ocupa.
Na Celebração de Cinzas, na quarta-feira, o Papa aproveitou as leituras próprias do dia para dar sua mensagem quaresmal, a da volta ao centro de nossa vida, ao que é mais importante, Jesus Cristo: “O verdadeiro discípulo não procura servir a si mesmo ou ao «público», mas ao seu Senhor com simplicidade e generosidade: «E teu Pai, que vê o oculto, há-de recompensar-te» (Mt 6, 4.6.18).
Também falou sobre “a importância que tem o testemunho de fé e de vida cristã de cada um de nós e das nossas comunidades para manifestar o rosto da Igreja; rosto este que, às vezes, fica deturpado”. Em seguida disse: “Penso de modo particular nas culpas contra a unidade da Igreja, nas divisões no corpo eclesial. Viver a Quaresma numa comunhão eclesial mais intensa e palpável, superando individualismos e rivalidades, é um sinal humilde e precioso para aqueles que estão longe da fé ou são indiferentes.”
Já na audiência geral, a penúltima de seu Pontificado, Bento XVI, como sempre, foi muito pastor e espiritual ao dizer para todos: “Decidi renunciar em plena liberdade para o bem da Igreja, depois de ter longamente rezado e ter examinado diante de Deus a minha consciência, bem ciente da gravidade.
Finalmente, falando quinta-feira para o clero de Roma, o seu clero, Bento XVI deixou claro seu futuro:” Não obstante a minha retirada, estarei sempre próximo de vocês com a oração e tenho certeza de que também vocês estarão próximos de mim, mesmo que para o mundo eu permaneça escondido”.
Pe. Cesar Augusto dos Santos, S.J.
Rádio Vaticano na sua edição para o Brasil
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