Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

COMO ORAR de Joaquim Mexia Alves

Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para satisfazer os vossos prazeres. Tg 4, 3


Ensina-nos São Tiago na sua Carta que não recebemos o que pedimos em oração, porque não sabemos pedir, ou seja, porque pedimos aquilo que julgamos ser bom para nós e não aquilo que Deus quer e é bom para nós.
Também, porque a maior parte das vezes o que pedimos é para satisfazer os nossos desejos, os nossos caprichos.


Somos, ainda, muitas vezes egoístas a pedir, quer dizer, centramo-nos no “eu”, em vez de nos centrarmos no “nós”.
Se eu peço alguma coisa que julgo ser boa para mim, porque não a peço para todos os outros também?
Não há uma diferença grande entre, por exemplo, pedir saúde para mim ou para os meus que estão doentes, e pedir saúde para todos os doentes?


E quem sabe melhor, o que é melhor para mim? Eu ou Deus?


Na sua Palavra o Senhor ensina-nos de muitas formas a rezar, a pedir, por isso basta fazermos, basta rezarmos, como a sua Palavras nos ensina.


Encontrando-se Jesus numa das cidades, apareceu um homem coberto de lepra. Ao ver Jesus, caiu com a face por terra e dirigiu-lhe esta súplica: «Senhor, se quiseres, podes purificar-me.» Jesus estendeu a mão e tocou-lhe, dizendo: «Quero, fica purificado.» E imediatamente a lepra o deixou. Ordenou-lhe, então, que a ninguém o dissesse; no entanto, acrescentou: «Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés ordenou, para lhe servir de prova.»
A sua fama espalhava-se cada vez mais, juntando-se grandes multidões para o ouvirem e para que os curasse dos seus males. Mas Ele retirava-se para lugares solitários e aí se entregava à oração. Lc 5, 12-16


Reparemos na oração deste «homem coberto de lepra».


«Senhor, se quiseres, podes purificar-me.»


Em primeiro lugar o homem reconhece Jesus Cristo como Senhor,* reconhece-O como Aquele que está acima dele, de todos e de todas as coisas, e com esse título exprime-Lhe respeito e confiança.


Em segundo lugar, e antes de mais qualquer coisa, coloca-se submisso perante a vontade do seu Senhor: «se quiseres».


Neste «se quiseres» podemos também perceber para nós uma entrega decidida daquele que ora, à certeza de que aquilo que Deus quer é sem dúvida o mais certo, o melhor para a nossa vida, e que, portanto, seja qual for a resposta de Deus à minha oração, ela é com certeza a melhor resposta para a minha vida.
Como tal, devo dar graças por tudo quanto me for concedido, mesmo que, aparentemente aos meus olhos, nada me tenha sido concedido.


Jesus, na sua oração no Monte das Oliveiras, utiliza a mesma expressão, (Lc 22, 42), «se quiseres», e afirma mesmo,«contudo, não se faça a minha vontade mas a tua».


Em terceiro lugar o homem acredita, o homem testemunha a sua fé: «podes purificar-me»


Não há uma hesitação, não há uma dúvida, não há um “prazo” para que a graça seja concedida, há tão só um forte e decidido: «podes»
E neste «podes» podemos dizer que está tudo dito, pois ao reconhecermos que o Senhor pode, temos de reconhecer também que se a graça que pedimos não é concedida, é porque não serve à nossa vida.


Depois, curiosamente, o homem não refere o pedido específico daquilo que pretende, mas apenas diz: «purificar-me»


O Senhor sabe o que ele precisa, e ele acredita nisso mesmo, pelo que este «purificar-me» pode ir desde a cura da lepra, até àquilo que é mais importante ainda, e que é a purificação da sua vida de todo o pecado, de todo o mal.


Sabendo que naquele tempo a lepra era considerada um “castigo” de Deus, uma impureza, e por isso aqueles que a carregavam eram impuros, então este «purificar-me» significa também que, afastado o pecado, afastado o mal da sua vida, também a doença seria afastada.


Já na cura do paralítico, (Lc 5, 17-26), o Senhor perante aquele homem, e «vendo a fé daqueles homens» perdoa-lhe em primeiro lugar os pecados, para depois, como sinal aos incrédulos, o curar também da paralisia.


Não devemos então nós, nas nossas orações, fazer pedidos específicos a Deus?
Claro que sim, que os podemos e devemos fazer, mas sempre na ilimitada confiança de que Ele sabe muito melhor o que nós precisamos, e assim sendo, nos concederá só e apenas o que for bom para nós.


E se acreditamos que Ele «pode», «se quiser», não podemos deixar de acreditar que, pela nossa oração, Ele nos concederá o que precisamos, mesmo que não seja o que pretendemos, mesmo que não percebamos, naquele momento, a graça que nos concedeu.


E assim, em tudo e sempre, devemos dar graças.


«sem cessar, dai graças por tudo a Deus Pai, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.» Ef 5, 20


«Em tudo dai graças. Esta é, de facto, a vontade de Deus a vosso respeito em Jesus Cristo.» 1 Ts 5, 18


Monte Real, 10 de Janeiro de 2012


Nota:


* Do Catecismo da Igreja Católica:


446. Na tradução grega dos Livros do Antigo Testamento, o nome inefável sob o qual Deus Se revelou a Moisés, YHWH, é traduzido por «Kyrios» («Senhor»). Senhor torna-se, desde então, o nome mais habitual para designar a própria divindade do Deus de Israel. É neste sentido forte que o Novo Testamento utiliza o título de «Senhor», tanto para o Pai como também – e aí é que está a novidade – para Jesus, assim reconhecido como sendo Ele próprio Deus.


455. O nome de Senhor significa a soberania divina. Confessar ou invocar Jesus como Senhor é crer na sua divindade. «Ninguém pode dizer "Jesus é Senhor", a não ser pela acção do Espírito Santo» (1 Co 12, 3)


Joaquim Mexia Alves em http://queeaverdade.blogspot.com/2012/01/como-orar.html

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