Ano após ano, o tempo corre silenciosamente; a vinda de Cristo está mais próxima, a cada instante. Pudéssemos nós aproximar-nos do céu, tal como Ele Se aproxima da terra! Orai, irmãos, para que Ele vos dê coragem para em sinceridade O procurardes. Orai para que Ele vos inflame. [...] Orai para que Ele vos conceda o que as Escrituras designam como «um coração bom e virtuoso» (Lc 8,15; Sl 100,2) e, sem mais esperardes, começai pois a obedecer-Lhe de bom coração, determinadamente. [...] Mais vale um pouco de obediência, por menor que seja, do que a sua total ausência.
Deveis procurar a Sua face (Sl 27,8); a obediência é a única maneira de O procurardes. Todos os deveres da vossa condição são obediência. [...] Fazer o que Ele pede é obedecer-Lhe, e obedecer-Lhe é aproximarmo-nos d'Ele. Todo o acto de obediência nos aproxima d'Ele; e Ele não está longe, apesar das aparências, mas muito perto, por detrás deste enquadramento material. A terra e o céu são apenas um véu entre Ele e nós; virá o dia em que rasgará esse véu e Se mostrará a todos nós. E então, segundo a forma como O esperámos, Ele dar-nos-á a recompensa. Se O tivermos esquecido, não nos reconhecerá; mas «felizes aqueles servos a quem o Senhor, quando vier, encontrar vigilantes!» (Lc 12, 37) [...]. Que assim nos encontre o Senhor, a cada um de nós! É difícil consegui-lo, mas é aflitivo falhar este propósito. A vida é breve, a morte é certa, e eterno é o mundo que está para vir.
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório de Inglaterra
Sermão «Watching», PPS vol. 4, nº 22
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sem comentários:
Enviar um comentário