Na audiência geral desta quarta feira, Bento XVI prosseguiu a série de catequeses que vem fazendo sobre a oração, considerando o ensinamento e o exemplo dados pelo próprio Jesus. Na sua exclamação de alegria, ilustrada pelos evangelistas Mateus e Lucas, Jesus dá graças ao Pai porque Ele quis revelar o mistério da salvação não aos sábios e entendidos, mas aos “pequeninos”.
“A lógica terrena, segundo a qual os ricos e cultos, que possuem coisas importantes e as transmitem aos pequenos e pobres” não é a lógica de Deus. A revelação divina não se realiza como a lógica terrena. Pelo contrário – explicou o Papa – é o estilo ‘diferente’ de Jesus, que acolhendo plenamente a vontade do Pai e compartilhando-a, faz dos pequeninos os reais e primeiros destinatários da sua mensagem.
O versículo “Eu te louvo” traduz uma palavra grega que significa reconhecimento e sintonia com o projeto de Deus, que desde o início da Criação nos quis oferecer o seu amor. E é por isso que nos enviou o seu Filho, o único que conhece o Pai, para nos fazer participantes . Ao chamar Deus ‘Pai’, Jesus expressa certeza de ser o ‘Filho’. Este é o centro e a fonte da sua oração.
O Papa explicou que o Senhor se encheu de alegria no Espírito ao fazer esta oração; e nós também, repletos do Espírito Santo, podemos proclamar “Abba!” e na oração do Pai Nosso, pedir que se faça a sua vontade, tanto no céu como na terra, sabendo que nela, seguindo Cristo e acolhendo o seu jugo, está o nosso consolo.
Na catequese desta quarta feira, na grande aula das audiências do Vaticano, Bento XVI salientou que Cristo nos ensina como devemos rezar. Ele sabe que sem a ajuda do Espírito Santo não somos capazes de rezar bem. E este período do Advento exorta-nos à vigilância e à oração.
Estas as palavras proferidos por Bento XVI em língua portuguesa:
Queridos irmãos e irmãs,
No início desta Audiência Geral, ouvistes ler o chamado «Hino de Júbilo», no qual sobressai claramente a comunhão íntima e profunda de Jesus com a vida e a vontade do Pai no Espírito Santo. Toda a oração de Jesus atesta a amorosa adesão do seu coração de homem ao mistério da vontade do Pai. No referido hino, Ele quer fazer comparticipantes do seu conhecimento filial, aqueles que o Pai assim decidiu, ou seja, os «pequeninos». E que significa ser «pequenino»? Qual é a pequenez que abre o homem à intimidade filial com Deus? No «sermão da montanha», Cristo diz que verão a Deus os puros de coração. Sim! É a pureza de coração que permite reconhecer o rosto de Deus em Jesus Cristo. Ser pequenino é ter o coração livre da presunção de quem se fecha em si mesmo, pensando que não precisa de ninguém, nem mesmo de Deus; é ter o coração simples como o das crianças.
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A todos os presentes de língua portuguesa, a minha grata saudação de boas-vindas a este nosso encontro, que tem lugar na véspera da festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Sobre os passos da vossa peregrinação terrena, vele carinhosa a Virgem Mãe para, com Ela e como Ela, serdes os «pequeninos» de Deus e deste modo sairdes vencedores das ciladas da serpente infernal. Como penhor dos favores do Alto para vós e vossos entes queridos, dou-vos a minha Bênção.
Rádio Vaticano
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