O homem pós-moderno pensa que se tornou o dono de todos os aspectos da vida, Deus parece ausente. Mas o verdadeiro dono do mundo não é o homem é Deus. Foi o que afirmou este domingo o Papa por ocasião da recitação do Angelus do meio dia com os milhares de pessoas congregadas na Praça de S. Pedro, citando uma passagem do profeta Isaías da qual partiu para uma reflexão sobre a condição humana contemporânea.
“Também Isaías, o profeta do Advento - disse o Papa – nos faz reflectir hoje com uma oração premente dirigida a Deus em nome do povo. Ele reconhece as faltas da sua gente e a um certo ponto diz: “Não há quem invoque o Vosso nome, quem se levante para se apoiar em Vós porque escondestes de nós a Vossa face e nos entregastes ás nossas iniquidades”
Como não ficar admirados com esta descrição? – acrescentou Bento XVI que salientou; ela parece espelhar certos panoramas do mundo pós-moderno: as cidades onde a vida se torna anónima e horizontal, onde Deus parece ausente e o homem o único dono, como se fosse ele o artífice e o realizador de tudo: as construções, o trabalho, a economia, os transportes, a ciência, a técnica, tudo parece depender apenas do homem. E às vezes – prosseguiu Bento XVI- neste mundo que parece quase perfeito, acontecem coisas perturbantes, ou na natureza, ou na sociedade, pelas quais nós pensamos que Deus se tenha retirado, por assim dizer, nos tenha abandonado a nós mesmos.
Na realidade, observou ainda o Papa – o verdadeiro dono do mundo não é o homem, mas Deus.
-É necessário dar respostas credíveis e solidárias ás mudanças climáticas. Este o apelo lançado neste domingo por Bento XVI á comunidade internacional na véspera da conferencia mundial sobre o clima que se efectua a partir desta segunda-feira em Durban na África do Sul.
Amanhã - afirmou o Papa - iniciam em Durban, na África do Sul os trabalhos da Convenção da ONU sobre as mudanças climáticas e do Protocolo de Kyoto. Auspicio que todos os membros da comunidade internacional concordem uma resposta responsável, credível e solidária a este preocupante e complexo fenómeno, tendo em conta as exigencias das populações mais pobres e das gerações futuras
No final do Angelus Bento XVI dirigiu uma saudação cordial aos responsáveis europeus da Sociedade de S. Vicente de Paulo, presentes na Praça de S. Pedro, encorajando-os no seu empenho no sentido de enfrentar com o espírito do Evangelho antigas e novas pobrezas.
Esta a saudação do Papa em língua portuguesa neste I domingo do Advento:
Saúdo com particular afecto os peregrinos de língua portuguesa presentes nesta oração do Angelus, nomeadamente os fiéis vindos de Lisboa e de Setúbal. O tempo do Advento convida-nos a fazer nossa a primeira vinda do Filho de Deus a fim de nos prepararmos para o seu regresso glorioso. Neste sentido, tomai por modelo e intercessora a Virgem Maria. E que Deus vos abençoe!
Rádio Vaticano
Sem comentários:
Enviar um comentário