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Em 1992, quando Amália soube, por um artigo de D. Alberto Cosme do Amaral, então bispo de Leiria-Fátima, que o Fundador da Opus Dei, recentemente beatificado, apreciava a sua voz e falara dela com afecto, comoveu-se e não resistiu a confirmar pessoalmente o que lera em “O Independente”.
Para isso Amália, assiste oportunamente, a uma missa em honra do então beato Josemaria Escrivá, que teve lugar em Fátima a 4 de Julho de 1992, e finda a cerimónia, dirige-se a D. Alberto do Amaral para lhe perguntar pormenores da conversa a que se referira no artigo de "O Independente".
D. Alberto então confessa-lhe que um dia em Roma, durante uma visita em que os dois se encontraram, o então Monsenhor Josemaría Escrivá pedira a um colaborador que "pusesse" um disco de Amália, para que ele, D. Alberto, pudesse "matar" saudades e, depois de ouvir o fado com plena satisfação, disse: " Que linda voz tem esta mulher! Temos de rezar por ela."
Nesse seu interesse pelo fado não se sabe se São Josemaria valorizava mais o gosto pela música ou o carinho por Portugal e pelos portugueses, que havia manifestado em anteriores ocasiões. Apaixonavam-no os cânticos litúrgicos nas cerimónias religiosas, mas também a música popular e as canções de amor humano, que às vezes lhe serviam de tema de oração. Por isso é também lógico que expressasse emoção pelos fados de Amália. Sentimento que se reflectiu em espelho transcendente frente a Amália, que se comoveu ao aperceber-se nessa conversa que havia no céu um admirador que intercedia por ela.
Nessa conversa com o bispo D. Alberto, Amália e outras pessoas, sob o céu de Fátima, desvaneceram uma dúvida apresentada pela fadista, pois esta tinha ouvido alguém dizer que a crueldade estava na natureza do homem. D. Alberto respondeu-lhe que de forma alguma, pois havia escutado do próprio São Josemaria que, se Deus se fez Homem, foi para o amarmos humanamente, pois "só podemos ser divinos, se formos muito humanos", reafirmou citando uma frase que o santo havia dito muitas vezes em vida.
"Esta é uma “petite histoire”, mas revela bem a fina sensibilidade da grande fadista, a sua límpida simplicidade e a sua profunda humanidade", assim terminava o artigo de Hugo de Azevedo no “Jornal de Noticias”.
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Ángel García Prieto
Tradução e adaptação: Portal do Fado em http://www.portaldofado.net/
(Fonte: site de São Josemaría Escrivá em http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/amalia-rodrigues-e-san-josemaria-escriva)
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