Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 16 de outubro de 2011

A crise do trabalho e da economia que está a atravessar o mundo exige uma síntese harmoniosa entre família e trabalho. A Doutrina Social da Igreja pode ajudar nisto - disse Bento XVI aos participantes no colóquio anual da Centesimus Annus-Pro Pontifice

O Papa recebeu ontem em audiência os participantes no colóquio anual da Fundação Centesimus Annus-Pro Pontífice, no final de dois dias de reflexão sobre a relação entre a família e empresa.


No discurso que lhes dirigiu, começou por recordar que este ano ocorre o 20º aniversário da Encíclica Centesimus Annus do beato João Paulo II, publicada a 100 anos da Rerum Novarum. Este ano é também o 30º aniversário da Exortação Apostólica Familiaris Consortio. Centrando, então, as suas palavras sobretudo na relação entre a família e o bem estar-social para todos, Bento XVI disse que muita coisa mudou nestes 120 anos, mas que os ensinamentos sociais da Igreja permaneceram sempre centrados na promoção da pessoa humana e da família no seu contexto de vida, e portanto, também da empresa, disse.


Na linha do Concilio Vaticano II que definiu a família Igreja doméstica, santuário intocável, onde a pessoa amadurece nos afectos, na solidariedade, na espiritualidade, o Papa considerou que também a economia deve ter sempre presente a salvaguarda dessa da família. E retomou as quatro tarefas, que João Paulo II indicara à família na Exortação Apostólica Familiaris Consortio: a formação de uma comunidade de pessoas; o serviço à vida; a participação social e a participação eclesial. O amor que rege tudo isto e lhe dá dinamismo – disse Bento XVI deve também constituir o fundamento do serviço à vida.


É na família que se aprende a viver na sociedade, no mundo do trabalho, da economia, da empresa e tudo isso deve ser conduzido na óptica da caridade, da gratuidade, da solidariedade, da responsabilidade. Nesta perspectiva a família passa de um mero objecto a sujeito activo capaz de pôr na dianteira o rosto humano que deve ter a economia. E se isto é válido para a sociedade em geral, assume um valor ainda maior na comunidade eclesial, onde a família é, ao mesmo tempo, destinatária e protagonista da acção pastoral, pondo-se, de forma original, ao serviço da Igreja e da sociedade. Família e trabalho são, portanto, lugares privilegiados para a realização da vocação do homem, colaborador na sociedade da obra criadora de Deus.


Bento XVI recordou ainda que o mundo está a viver uma crise do trabalho e da economia acompanhada duma crise da família.


Tudo isto, disse, requer uma nova síntese harmoniosa entre a família e o trabalho. A Doutrina Social pode dar um precioso contributo nisto. A Encíclica Caritas in Veritate põe em realce o modelo familiar baseado na lógica do amor, da gratidão e do dom. Isto deve ser alargado a nível universal – frisou.


A justiça comutativa do “dar para receber e justiça distributiva do “dar por dever” não são suficientes na vida social. A verdadeira justiça exige gratidão e solidariedade. E solidariedade significa antes de mais sentir-se todos responsáveis de tudo. Por isso não pode ser delegada unicamente ao Estado. Caridade na verdade significa que é necessário dar forma àquelas iniciativas económicas que sem pôr de lado o lucro vão para além da lógica do lucro fim a si mesmo.


Não é tarefa da Igreja definir as vias para enfrentar a crise em curso, mas, os cristãos têm o dever de denunciar os males e de dar testemunho dos valores em que se baseia a dignidade da pessoa, e de promover aquelas formas de solidariedade que favorecem o bem comum a fim de que a humanidade possa tornar-se cada vez mais família de Deus.


Rádio Vaticano

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