Três novos santos foram solenemente proclamados neste domingo, Dia Mundial das Missões, numa Eucaristia presidida pelo Papa na praça de São Pedro. Dois italianos e uma espanhola, que viveram entre o século XIX e XX, dando origem a congregações religiosas: D. Guido Maria Conforti, que foi bispo de Ravena e de Parma e fundou os Missionários de São Francisco Xavier (Xaverianos); o popular padre Luigi Guanella, fundador dos Servos da Caridade e das Filhas de Santa Maria da Providência; e Madre Bonifácia Rodriguez de Castro, fundadora das Servas de São José.
Na homilia, comentando o Evangelho em que Jesus recorda que o primeiro mandamento é amar a Deus com todo o coração e todas as forças, Bento XVI observou que, de facto, “a principal exigência para cada um de nós é que Deus esteja presente na nossa vida”. “Como diz a Escritura (Deus) deve penetrar todos os extratos do nosso ser, preenchendo-os completamente: o coração deve saber d’Ele, deixar-se tocar por Ele, e assim também a alma, as energias do nosso querer e decidir , e ainda a inteligência e o pensamento. É um poder dizer, como são Paulo: ‘não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim’.”
“Declarando que o segundo mandamento é semelhante ao primeiro, Jesus dá a entender que a caridade para com o próximo é importante quanto o amor a Deus”.
De facto, o sinal visível que o cristão pode dar para testemunhar ao mundo o amor de Deus é o amor aos irmãos. Como aparece então providencial o facto de que precisamente hoje a igreja indique a todos os seus membros três novos Santos, que se deixaram transformar pela caridade divina e a ela conformaram toda a sua existência. Em diversas situações e com diferentes carismas, eles amaram o Senhor com todo o coração e ao próximo como a sai mesmos, tornando-se modelo para todos os crentes”.
Evocando, um a um, o exemplo particular de cada um dos três santos, o Papa começou por evocar o caso do bispo D. Guido Conforti, que desde novo tomou a firme decisão de seguir a vontade de Deus, correspondendo em tudo àquela “caritas Christi” que contemplava no Crucifixo: “Ele sentiu fortemente a urgência de anunciar este amor a todos os que o não o haviam ainda recebido. O lema ‘Caritas Christi urget nos’ sintetiza o programa do Instituto Missionário a que deu vida: uma família religiosa inteiramente ao serviço da evangelização, sob o patrocínio do grande apóstolo do Oriente, São Francisco Xavier”.
Relativamente ao padre Luigi Guanella, “um novo santo da caridade” (disse), o Papa sublinhou precisamente o imenso amor que o levou a dedicar-se a todos os carenciados, como aqueles de que falava a primeira leitura da missa:
“O testemunho humano e espiritual de São Luigi Guanella é para toda a Igreja um particular dom de graça. Durante a sua existência terrena ele viveu com coragem e determinação o Evangelho da Caridade, o ‘grande mandamento’ que também hoje a Palavra de Deus nos recordou”. “Queremos hoje louvar e dar graças ao Senhor porque em são Luís Guanella nos deu um profeta e um apóstolo da cidade. No seu testemunho, tão denso de humanidade e de atenção aos últimos, reconhecemos um sinal luminoso da presença e da ação benéfica de Deus”. Bento XVI fez votos de que este “novo Santo da caridade” seja para todos “modelo de profunda e fecunda síntese entre contemplação e ação”, tal como ele próprio a viveu. “É o amor de Cristo que ilumina a vida de cada homem, revelando como no dom de si ao outro nada se perde, mas se realiza plenamente a nossa verdadeira felicidade.”.
Finalmente, o exemplo de Santa Bonifácia que soube valorizar a dignidade do trabalho manual, quotidiano, com a humildade e simplicidade da vida de Nazaré. “A nova santa apresenta-se-nos como um modelo acabado em que ressoa o trabalho de Deus, um eco que chama as suas filhas, as Servas de São José, e também a todos nós, a acolher o seu testemunho com a alegria do Espírito Santo, sem temer a contrariedade, difundindo em todas as partes a Boa Notícia do Reino dos céus”.
Rádio Vaticano
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