Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Amontoar para si próprio ou ser rico com os olhos postos em Deus?

«Que hei-de fazer? Vou aumentar os meus celeiros!» Porque eram as terras deste homem tão produtivas, se ele fazia tão mau uso da sua riqueza? É para mais intensamente se ver a manifestação da imensa bondade de um Deus que estende a Sua graça a todos, «pois Ele faz que o sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores» (Mt 5,45). [...] Eram estes os benefícios de Deus para com este rico: uma terra fecunda, um clima temperado, abundantes colheitas, bois para o trabalho, e tudo o que assegurasse a prosperidade. E ele, que dava em troca? Mau humor, taciturnidade e egoísmo. Era assim que agradecia ao seu benfeitor.


Esquecia que pertencemos todos à mesma natureza humana; não pensou que devia distribuir o que lhe sobrava aos pobres; não fez nenhum caso destes mandamentos divinos: «não negues um benefício a quem precisa dele, se estiver nas tuas mãos concedê-lo» (Prov 3,27), «não se afastem de ti a bondade e a fidelidade» (3,3), «partilha o teu pão com quem tem fome» (Is 58,7). Todos os profetas, todos os sábios lhe gritavam estes preceitos, mas ele fazia ouvidos de mercador. Os seus celeiros rachavam, muito pequenos para o trigo que lá se acumulava, mas o seu coração não estava satisfeito. [...] Ele não queria desfazer-se de nada, mesmo não chegando a armazenar tudo. Este problema incomodava-o: «Que hei-de fazer?» perguntava constantemente. Quem não teria piedade de um homem assim obcecado? A abundância tornava-o infeliz [...]; lamentava-se tal e qual como os indigentes: «Que hei-de fazer? Como hei-de alimentar-me, vestir-me?» [....]


Observa, homem, quem foi que te cumulou de dons. Reflecte um pouco sobre ti próprio: Quem és tu? O que é que te foi confiado? De quem recebeste esse encargo? Porque fostes tu o escolhido? Tu és servo do bom Deus; tu estás encarregado dos teus companheiros de serviço. [... «Que hei-de fazer?» A resposta é simples: «Saciarei os famintos, convidarei os pobres. [...] Vós todos a quem falta o pão, vinde possuir os dons concedidos por Deus, que jorram como que de uma fonte».


S. Basílio (cerca 330-379), monge e bispo em Capadócia, doutor da Igreja
Catequese 31


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

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