“Para corresponder à sua verdadeira tarefa, a Igreja deve esforçar-se sem cessar por destacar-se da mundanidade do mundo. Assim fazendo, ela segue as palavras de Jesus: Eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo.”
“Em certo sentido (reconheceu textualmente o Papa), a história vem em ajuda da Igreja com as diversas épocas de secularização, que contribuíram de modo essencial para a sua purificação e reforma interior. De facto, as secularizações (expropriação de bens da Igreja, cancelamento de privilégios, etc) – sempre significaram uma profunda libertação da Igreja de formas de mundanidade: despojava-se, por assim dizer, da sua riqueza terrena e voltava a abraçar plenamente a sua pobreza terrena”.
“Os exemplos históricos mostram que o testemunho missionário de uma Igreja «desmundanizada» refulge de modo mais claro. Liberta do seu fardo material e político, a Igreja pode dedicar-se melhor e de modo verdadeiramente cristão ao mundo inteiro, pode estar verdadeiramente aberta ao mundo”.
Mas esta abertura ao mundo – precisou Bento XVI – não se destina a obter a adesão dos homens a uma instituição com suas próprias pretensões de poder, mas sim a fazê-los reentrar em si mesmos, conduzindo-os deste modo a Deus. “Através deste estilo de abertura da Igreja ao mundo, delineia-se também, ao mesmo tempo, a forma em que se pode realizar, eficaz e adequadamente, a abertura ao mundo por parte do indivíduo cristão.” Não é de modo algum uma táctica oportunista...
“Não se trata de encontrar uma nova táctica para relançar a Igreja. Trata-se, isso sim, de depor tudo aquilo que seja apenas táctica, procurando a plena sinceridade, que não descura nem reprime nada da verdade do nosso hoje, mas realiza a fé plenamente no hoje vivendo-a precisa e totalmente na sobriedade do hoje, levando-a à sua plena identidade, tirando dela aquilo que só na aparência é fé, quando na verdade não passa de convenções e hábitos nossos.”
(Bento XVI no encontro com católicos na Sala de Concertos de Friburgo em 25.09.2011)
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