Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Bento XVI há ano na Santa Missa de beatificação de John Henry Newman

No término da viagem apostólica ao Reino Unido de Bento XVI que depois do primeiro dia passado na Escócia e dos dois em Londres, transferiu-se para Birmingham onde preside a Missa para a beatificação do cardeal britânico John Henry Newman, uma das maiores figuras eclesiais no século XIX que o Papa quis apresentar como modelo de pensador e líder espiritual quando a Igreja Católica atravessa um momento delicado.


Perante mais de 50 mil pessoas, que assinalaram com palmas o momento solene, o Arcebispo de Birmingham, D. Bernard Longley, pediu formalmente que o Papa beatificasse John Henry Newman e o vice-postulador da causa de canonização leu uma pequena biografia.


Bento XVI proferiu, em seguida, a fórmula de beatificação, anunciando que a festa litúrgica do Beato Newman será celebrada a 9 de Outubro, precisamente a data da sua conversão, em 1845.


Um retrato do novo beato foi destapado e as suas relíquias colocadas junto ao altar, antes de o Papa cumprimentar o Arcebispo local e o vice-postulador da causa do Cardeal Newman, que continuará agora a trabalhar para a sua canonização.


Na homilia da Missa, Bento XVI começou por sublinhar o profundo sentido, na vida dos cristãos, do domingo, “o dia do Senhor, o dia em que o Senhor Jesus ressuscitou dos mortos”, logo evocando também uma celebração especial que tem lugar neste dia na nação britânica: a comemoração dos 70 anos da “Batalha da Inglaterra”. “Para mim, que vivi e sofri ao longo dos tenebrosos dias do regime nazista na Alemanha (declarou o Papa Ratzinger), é profundamente comovente encontrar-me aqui convosco, nesta ocasião, e recordar tantos dos vossos concidadãos que sacrificaram a sua própria vida, resistindo corajosamente às forças daquela ideologia maligna”.


“Setenta anos depois, recordamos com vergonha e com horror a tremenda quantidade de morte e destruição que a guerra traz consigo ao deflagrar e renovamos o nosso propósito de agir a favor da paz e da reconciliação, em qualquer lugar onde surgir a ameaça de conflitos”.


Passando depois a referir a figura de John Henry Newman, agora proclamado Bem-aventurado, Bento XVI convidou a prestar glória e louvor a Deus pelas virtudes heróicas deste santo homem inglês. Numa Inglaterra com grande tradição de santos mártires (observou o Papa), “é justo e conveniente reconhecer hoje a santidade de um confessor, um filho desta nação, que, embora não tenha sido chamado a derramar o próprio sangue pelo Senhor, lhe prestou contudo um eloquente testemunho ao longo de uma vida dedicada ao ministério sacerdotal, especialmente na pregação, no ensino e nos escritos”.


Foi na esteira de outros Santos e Mestres das Ilhas Britânicas, como São Beda, Santa Hilda e Duns Scoto (entre outros), que “aquela graciosa tradição de ensino, de profunda sabedoria humana e de intenso amor ao Senhor deu ricos frutos no Bem-aventurado John Henry” – sublinhou o Papa, que recordou o lema do cardeal Newman – “O coração fala ao coração”, que permite penetrar na sua compreensão da vida cristã como chamada à santidade:


“O Evangelho de hoje diz-nos que ninguém pode ser servo de dois patrões e o ensinamento do Beato John Henry sobre a oração explica que o cristão é colocado de maneira definitiva ao serviço do único verdadeiro Mestre, o único que tem direito à nossa dedicação incondicionada, Newman ajuda-nos a compreender o que isto significa na nossa vida quotidiana: diz-nos que o nosso divino Mestre atribuiu a cada um de nós uma tarefa específica, um serviço bem definido, confiado unicamente a cada indivíduo”.


“O serviço específico a que foi chamado o Beato John Henry Newman comportou a aplicação da sua subtil inteligência e da sua prolífica pena a muitos dos mais urgentes problemas do dia”.


“As suas intuições sobre fé e razão, sobre o espaço vital da religião revelada na sociedade civilizada, e sobre a necessidade de abordar a educação de um modo amplamente fundamentado e com um largo horizonte, não foram apenas de profunda importância para a Inglaterra vitoriana, mas continuam ainda hoje a inspirar e iluminar muitos em todo o mundo”.


Firmemente contrário a uma visão redutiva ou utilitarista da educação, Newman propunha um ambiente educativo conjugando formação intelectual, disciplina moral e empenho religioso. Nesse sentido, ele desejava leigos crentes e esclarecidos, para formar as novas gerações. Como ele próprio escreveu no seu famoso apelo para um laicado inteligente e bem instruído:


“Quero um laicado não arrogante, não precipitado nos discursos, não polémico, mas homens que conheçam a sua religião, que nela penetrem, que saibam bem onde se elevam, que saibam em que é que crêem ou não crêem, que conheçam suficientemente o próprio credo ao ponto de poderem dar contas dele, que conheçam bem a história ao ponto de a defenderem.

Hoje, no momento em que o autor destas palavras é elevado à honra dos altares, rezo para que, mediante a sua intercessão e o seu exemplo, quantos são empenhados na tarefa do ensino e da catequese, se inspirem no maior esforço da sua visão, tal como se apresenta claramente diante de nós”.



(Fonte: site Radio Vaticana)

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