Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A nova evangelização – O método II (continua)

(continuação)

Vamos avançar mais um pouco. Jesus pregava de dia e orava de noite, mas isso não é tudo. Toda a sua vida, como mostra de uma maneira muito bela o Evangelho de São Lucas, foi um caminho para a cruz, uma subida a Jerusalém. Jesus não redimiu o mundo com palavras bonitas, mas com o seu sofrimento e com a sua morte. A sua paixão é inesgotável fonte de vida para o mundo; a paixão sustenta a sua palavra.

O próprio Senhor, estendendo e ampliando a parábola do grão de mostarda, formulou essa lei da fecundidade na parábola do grão de trigo que cai na terra e morre (cfr. Jo 12, 24). Também essa lei é válida até o fim do mundo e, junto com o mistério do grão de mostarda, é uma lei fundamental para a nova evangelização. Toda a História assim o demonstra. Seria fácil demonstrá-lo na história do cristianismo. Gostaria de recordar aqui somente o início da evangelização na vida de São Paulo.

O êxito da sua missão não foi fruto da retórica ou da prudência pastoral; a sua fecundidade dependeu do seu sofrimento, da sua união com a paixão de Cristo (cfr. 1 Cor 2, 1-5; 2 Cor 5, 7; 11, 10 e segs.; 11, 30; Gál 4, 12-14). Não lhes será dado outro sinal senão o do profeta Jonas (Lc 1 29), disse o Senhor. O sinal de Jonas é Cristo crucificado, são as testemunhas que completam o que falta à paixão de Cristo (Col 1, 24). As palavras de Tertuliano cumpriram-se em todas as épocas da História: o sangue dos mártires é semente de novos cristãos.

Santo Agostinho diz o mesmo de um modo muito bonito, mostrando no Evangelho de São João a íntima relação entre a profecia do martírio de São Pedro e o mandato de apascentar, ou seja, o seu primado (cfr. Jo 21, 16). Comenta Santo Agostinho:
"Apascenta as minhas ovelhas, isto é, sofre pelas minhas ovelhas" (Sermo 32: PL 2, 640). Uma mãe não pode dar à luz sem sofrer. Todo o parto implica sofrimento, é sofrimento, e chegar a ser cristão é um parto. Digamo-lo mais uma vez com palavras do Senhor: O reino de Deus exige violência (Mt 11, 12; Lc 10, 16), mas a violência de Deus é o sofrimento, a cruz. Não podemos dar vida aos outros sem dar a nossa vida. O processo de renúncia ao próprio eu, a que antes me referia, é a forma concreta (manifestada de diversas maneiras) de dar a própria vida. Já o disse o Salvador: Quem perder a sua vida por mim e pelo Evangelho, salvá-la-á (Mc 8, 35).

(Cardeal Joseph Ratzinger excerto conferência pronunciada no Congresso de catequistas e professores de religião, Roma, 10.12.2000, e publicada no ‘L’Osservatore romano’ de 19.01.2001)

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