A vida humana não se realiza por si só. A nossa vida é uma questão em aberto, um projecto incompleto, que é preciso realizar passo a passo. A pergunta fundamental de todo o homem é: Como se leva a cabo esse projeto de realização do homem? Como se aprende a arte de viver? Qual é o caminho que leva à felicidade?
Evangelizar significa mostrar esse caminho, ensinar a arte de viver. Jesus diz no início da sua vida pública: "Vim para evangelizar os pobres" (cfr. Lc 4, 18). Ou seja: Eu tenho a resposta para a vossa pergunta fundamental; mostro-vos o caminho da vida, o caminho que leva à felicidade; mais ainda, Eu sou esse caminho. A pobreza mais profunda é a incapacidade de alegrar-se, o tédio de uma vida considerada absurda e contraditória.
Essa pobreza encontra-se hoje muito estendida, de maneiras muito diversas, tanto nas sociedades materialmente ricas como nos países pobres. A incapacidade de alegrar-se pressupõe e traz consigo a incapacidade de amar, produz a inveja, a avareza..., todos os vícios que arruínam a vida das pessoas e do mundo. Por isso, é necessária uma nova evangelização. Se não se conhece a arte de viver, tudo o mais deixa de funcionar. Mas essa arte não é objeto de uma ciência; só pode ser comunicada por Aquele que tem a vida, Aquele que é o Evangelho em pessoa.
(Cardeal Joseph Ratzinger excerto conferência pronunciada no Congresso de catequistas e professores de religião, Roma, 10.12.2000, e publicada no ‘L’Osservatore romano’ de 19.01.2001)
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