Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 6 de agosto de 2011

Não à indiferença diante de quantos têm fome

Apelo do Papa em prol das populações do Corno da África atingidas por graves carestias 

Não podemos permanecer indiferentes diante da tragédia que nestes dias está a assolar os países do Corno da África, de modo particular a Somália: é o Evangelho que o proíbe, disse o Papa na reflexão proposta no domingo 31 de Julho, durante a recitação do Angelus em Castelgandolfo.

Prezados irmãos e irmãs
O Evangelho deste domingo descreve o milagre da multiplicação dos pães, que Jesus realiza para uma multidão de pessoas que O seguiram com a intenção de O ouvir e ser curados de várias enfermidades (cf. Mt 14, 14). Ao cair da noite, os discípulos sugerem a Jesus que mande embora a multidão, para que possa ir alimentar-se. Mas o Senhor tem outra coisa em mente: "Dai-lhe vós mesmos de comer" (Mt 14, 16). Eles, no entanto, só têm "cinco pães e dois peixes". Então, Jesus realiza um gesto que faz pensar no sacramento da Eucaristia: "Elevando os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus discípulos, que os distribuíram ao povo" (Mt 14, 19). O milagre consiste na partilha fraterna de poucos pães que, confiados ao poder de Deus, não só são suficientes para todos, mas chegam a sobejar, a ponto de encher doze cestos. O Senhor pede aos discípulos que distribuam o pão à multidão; deste modo, orienta-os e prepara-os para a futura missão apostólica: com efeito, deverão levar a todos a alimentação da Palavra de vida e do Sacramento.

Neste sinal prodigioso entrelaçam-se a encarnação de Deus e a obra da redenção. Com efeito, Jesus "desce" da barca para ir ao encontro dos homens (cf. Mt 14, 14). São Máximo, o Confessor, afirma que a Palavra de Deus "se dignou, por amor a nós, fazer-se presente na carne, derivada de nós e em conformidade connosco, excepto no pecado, expondo-nos ao ensinamento com palavras e exemplos que nos são convenientes" (Ambiguum 33: PG 91, 1285 C). O Senhor oferece-nos aqui um exemplo eloquente da sua compaixão pelas pessoas. Pensemos nos numerosos irmãos e irmãs que nestes dias, no Corno da África, padecem as dramáticas consequências da carestia, agravadas pela guerra e pela falta de instituições sólidas. Cristo está atento às necessidades materiais, mas deseja dar ulteriormente, porque o homem tem sempre "fome de algo mais, precisa de algo mais" (Jesus de Nazaré, 2007). No pão de Cristo está presente o amor de Deus; no encontro com Ele, "nós alimentamo-nos, por assim dizer, do próprio Deus vivo, e comemos verdadeiramente o "pão do céu"" (Ibidem).


Caros amigos, "na Eucaristia, Jesus faz de nós testemunhas da compaixão de Deus por cada irmão e irmã; nasce assim, à volta do mistério eucarístico, o serviço da caridade para com o próximo" (Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum caritatis, 88). É quanto nos testemunha também Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, cuja memória a Igreja celebra hoje. Com efeito, Inácio quis viver "procurando Deus em tudo, amando-O em todas as criaturas" (cf. Constituições da Companhia de Jesus, III, 1, 26). Confiemos a nossa oração à Virgem Maria, a fim de que Ela abra o nosso coração à compaixão pelo próximo e à partilha fraterna. 

(© L'Osservatore Romano - 6 de Agosto de 2011)

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