Do governo de Deus, p. 269
Deus é a fonte e a origem de tudo; e porque é n'Ele, como está escrito, que «vivemos, nos movemos e existimos» (At 17,28), é d'Ele certamente que nos vem o afecto pelo qual amamos os nossos filhos. Todo o universo e todo o género humano são filhos do seu Criador; e assim, pelo afecto com que amamos os nossos filhos, Ele quis que compreendêssemos quanto Ele ama os Seus filhos. Porque está escrito que «o que é invisível nele – o Seu eterno poder e divindade – tornou-se visível à inteligência, desde a criação do mundo, nas Suas obras» (Rm 1,20): Ele quis fazer-nos compreender o Seu amor para connosco pelo amor que nos deu pelas nossas obras. E, como está escrito que d'Ele «recebe o nome toda a paternidade nos céus e na terra» (Ef 3,15), assim quis que reconheçamos n'Ele o afecto de um pai para connosco.
Que digo eu, de um pai? O Seu amor é bem maior que o de um pai. Provam-no estas palavras do Salvador no Evangelho: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o Seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que n'Ele crê não se perca, mas tenha a vida eterna» (Jo 3,16). E o apóstolo Paulo diz também: «Ele, que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?» (Rm 8,32).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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