E, por fim, Deus regressa
carregado de intimidade e de imprevisto
já olhado de cima pelos séculos
humilde medida de um oral silêncio
que pensámos destinado a perder
Eis que Deus sobe a escada íngreme
mil vezes por nós repetida
e se detém à espera sem nenhuma impaciência
com a brandura de um cordeiro doente
Qual de nós dois é a sombra do outro?
Mesmo se piedade alguma conservar os mapas
desceremos quase a seguir
desmedidos e vazios
como o tronco de uma árvore
O mistério está todo na infância:
é preciso que o homem siga
o que há de mais luminoso
à maneira da criança futura
carregado de intimidade e de imprevisto
já olhado de cima pelos séculos
humilde medida de um oral silêncio
que pensámos destinado a perder
Eis que Deus sobe a escada íngreme
mil vezes por nós repetida
e se detém à espera sem nenhuma impaciência
com a brandura de um cordeiro doente
Qual de nós dois é a sombra do outro?
Mesmo se piedade alguma conservar os mapas
desceremos quase a seguir
desmedidos e vazios
como o tronco de uma árvore
O mistério está todo na infância:
é preciso que o homem siga
o que há de mais luminoso
à maneira da criança futura
Pe. Tolentino de Mendonça
O padre e poeta madeirense José Tolentino Mendonça vai apresentar pessoalmente a Bento XVI, na próxima segunda-feira, um poema inédito, ‘O Mistério está todo na infância’, anunciou hoje o site do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC).
A iniciativa insere-se numa exposição em honra do Papa, pelo 60.º aniversário da sua ordenação sacerdotal, que inclui seis dezenas de artistas de “nível internacional e pertencentes às diversas categorias artísticas”, como a “pintura, escultura, fotografia, literatura e poesia, música, cinema, ourivesaria”, refere uma nota de imprensa do Conselho Pontifício da Cultura.
O poema, agora divulgado, divide-se em quatro estrofes e traduzido para italiano por Manuele Masini, habitual tradutor de Tolentino Mendonça para esta língua.
“O mistério está todo na infância: /é preciso que o homem siga/ o que há de mais luminoso /à maneira da criança futura”, pode ler-se.
A mostra comemorativa, intitulada ‘O esplendor da verdade, a beleza da caridade’, na Cidade do Vaticano (átrio da sala Paulo VI), vai estar aberta ao público entre 5 de julho e 4 de setembro, de segunda a sábado, das 10h00 às 19h00.
A nota de imprensa revela que o encontro de segunda-feira entre Bento XVI e as 60 personalidades escolhidas, bem como a realização da exposição, sublinham o “diálogo entre a Igreja e os artistas”, estabelecido em torno de um tema de “grande profundidade e valor espiritual”.
Entre os convidados encontram-se Santiago Calatrava, Ennio Morricone, Oscar Niemeyer, Arvo Pärt, Renzo Piano e Marc Rupnik.
Bento XVI foi ordenado sacerdote na catedral de Frisinga, Alemanha, pelo cardeal Michael von Faulhaber, a 29 de junho de 1951, festa dos santos Pedro e Paulo.
(Fonte: Rádio Vaticano)
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