Nas tuas doces mãos
colocas o Pão do amor.
Olhas enternecido para os teus,
fitas neles o teu olhar,
e em cada um deles,
vês um de nós,
daqueles que agora existem,
e os mais que hão-de vir.
Docemente,
em oração profunda,
proferes as palavras,
que tornam em Ti o pão,
que fazem do vinho o teu Sangue!
Oh que sublime momento,
em que dando-lhes o Pão a comer,
o Vinho abençoado a beber,
lhes abres o coração,
fazes-Te para todos alimento.
«Quem comer deste Pão,
quem beber deste Vinho,
terá a vida eterna»,
dizes Tu,
olhando-nos nos olhos,
estendendo-nos a tua mão,
num sussurro de mansinho,
feito de Palavra terna.
E eu,
ali presente,
no Pedro, no João,
no André,
um nada que ninguém vê,
a não ser o teu coração,
que me acolhe docemente,
que me aperta e me ama,
de um modo tão ingente,
que me faz acreditar,
e torna a minha incerteza
numa inabalável fé.
Sim,
é verdade,
eu estive na Última Ceia,
dela participo em cada dia,
em que saindo das dúvidas,
me entrego todo inteiro,
na Santa Eucaristia.
Monte Real, 04 de Abril de 2012
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.pt/2012/04/quinta-feira-santa.html
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