Henrique Raposo falou de Joseph Ratzinger e da sua leitura da modernidade europeia e Graça Franco da ética na economia
A Europa está “sozinha” no ateísmo e a sua “hegemonia normativa” chegou ao fim, disse hoje em Lisboa o cientista político e cronista Henrique Raposo.
Falando nas jornadas de estudos teológicos promovidos pela Universidade Católica Portuguesa (UCP), neste dia 17, Raposo apresentou uma leitura dos “sinais dos tempos” em Joseph Ratzinger, hoje o Papa Bento XVI.
No pensamento do actual Papa, segundo o cronista do Expresso, está identificado o “fim da hegemonia normativa” da “modernidade europeia”.
Ao contrário do resto do mundo, acrescentou Raposo, a Europa associou modernidade ao “secularismo”, à “morte de Deus”.
“A Europa está sozinha no ateísmo”, disse.
Para este especialista, no momento actual “acabou a tutela europeia sobre o que é legítimo, sobre o que é moderno”.
Depois de falar de uma “ilegalização de Deus”, Henrique Raposo alertou ainda para o “esquecimento do direito natural”, que apresentou como uma “predisposição ética perante o poder”, um “escândalo ético na cidade”.
“A lei positiva não é sinónimo de verdade”, indicou, acrescentando que “a imanência da história não determina o que é correcto”.
Raposo falou de uma “doença interna” na Europa, o “relativismo cultural”.
“É grave que as nossas sociedades percam o rasto dos instrumentos que possibilitaram as suas liberdades”, observou.
Graça Franco, da Rádio Renascença, falou sobre a crise económica, considerando que a mesma permitiu um “momento de tomada de consciência colectiva” sobre a necessidade de reencontrar “a ética”.
Na economia, acrescentou, “todos podem ficar a perder se, de repente, perderem a noção ética”, considerando que a transformação da actividade económica num “jogo virtual” esteve na origem de uma “catástrofe”.
Aos católicos, acrescentou a jornalista, compete “repensar as respostas a dar ao mundo”.
As jornadas, organizadas pela Faculdade de Teologia da UCP, decorrem esta quinta-feira em volta do tema genérico «Sinais dos tempos».
OC
(Fonte: site Agência Ecclesia com adaptação do subtítulo da responsabilidade de JPR)
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