Não há coisa pior do que ficar "pela rama", optar pelo que é imediato, por reduzir a vida a aparência e deixar-se levar por influência dos outros, ao sabor de sentimentalismos e modas.
À partida, até parece uma opção certa, com o argumento de que “os tempos mudaram, a maioria é assim que vive”… Mas bem sabemos que se trata de uma glória efémera, de sabor amargo e que nem os famosos que hoje andam na crista-da-onda escapam à voragem do cinismo ou do esquecimento.
Vem isto a propósito de uma iniciativa contra-corrente que, no próximo domingo, reúne milhares de crianças em honra dos pastorinhos de Fátima. Jacinta e Francisco nasceram há mais de 100 anos e eram tudo menos miúdos da moda. No entanto, mantêm – até aos dias de hoje - uma atractividade que não envelhece.
Como é que se explica que duas crianças analfabetas, perdidas no Portugal profundo, com 7 e 9 anos, continuem a fascinar meninos do século XXI e até mesmo adultos, que desejam para o seu coração o mesmo fogo de amor e simplicidade que os definia?
Paradoxos, assim como este, salvam-nos do actual marasmo que define Portugal.
(Fonte: site Rádio Renascença)
1 comentário:
Muito bom, Aura Miguel!
O essencial da vida não é passível de modas... E é pena que o que é verdadeiramente essencial não seja moda...
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