Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O MEDO DO DEMÓNIO? (4)

Hoje vivemos num mundo que não dá respostas ao homem naquilo que ele mais anseia, e que é no fundo, a sua felicidade, a sua realização plena como homem.

O “mundo” pode cobrir o homem de riquezas materiais, de poder, de auto-satisfação, mas a ansiada paz, que é fruto do amor, que leva à felicidade, não pode ser comprada, não pode ser alcançada pelas riquezas materiais, nem pelo poder do “mundo”.

Aliás, o “mundo” ao “cobrir” uns de tantos bens e riquezas, faz com que outros vivam na miséria, e como tal, ao provocar pelo egoísmo de uns a revolta de outros, vai afastando o homem do projecto de Deus, que é o povo de Deus chamado e congregado, em que todos são irmãos, filhos de um Pai de amor que é Deus, unidos em comunhão de amor.

Ora este “mundo” não é o planeta Terra, nem a terra onde vivemos, mas sim a permanente acção do Demónio, que levando os homens ao egoísmo, à obsessão da posse, da riqueza material e do poder sobre os outros, vai provocando a destruição da harmonia entre os filhos de Deus, e como tal, à recusa da aceitação do amor de Deus, que deve levar forçosamente ao amor entre os homens, como filhos do mesmo Pai.



«Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.» Mc 12, 29-31

Frustrados pelas coisas que este “mundo” lhes oferece, uns porque já não sabem o que podem ter mais, outros porque nada têm, tentam os homens de hoje tantas vezes, procurar no sobrenatural, aquilo que lhes falta para alcançarem a felicidade.

E é muitas vezes aqui que a acção do Demónio se exerce de forma subtil, como ele sempre faz, e mascarando a legítima procura da felicidade, tenta o homem a deixar-se conduzir por caminhos que o levam ao afastamento de Deus.

Assim, hoje em dia o mundo está cheio de “espiritualidades”, umas mais visíveis nos seus propósitos e outras mais encapotadas nas suas formas.

Ainda recentemente ouvi alguém dizer-me que Jesus Cristo tinha sido o primeiro mestre de Reiki!

Se não fosse tão triste a afirmação, daria quase para rir!

Mas a verdade é que estas “espiritualidades” se vão servindo do Nome de Deus, para alcançarem os seus propósitos que, acredito, nalguns que as seguem até podem ser “bem-intencionados”.

Não vou obviamente fazer aqui a análise de todas essas “espiritualidades”, (nem para tal tenha conhecimentos e competência), mas tentar reflectir com simplicidade sobre o que todas essas “espiritualidades” advogam e praticam, conduzindo o homem sem se aperceber, ao afastamento de Deus.

Todas essas “espiritualidades” se fixam e fazem do homem o único autor e interveniente no seu caminho para a felicidade.

Assim procuram apenas a satisfação individual do homem e fazem do homem o centro, e é pelo homem e o próprio homem, que afirmam poder-se alcançar a felicidade e a realização plena.

Podem nos seus “ensinamentos” fazer menção, servirem-se do Nome de Jesus Cristo, algumas até de Maria, nossa Mãe do Céu, e dos Santos, mas no fundo o que apregoam é que o homem sozinho pode atingir a felicidade e a sua realização plena.

Deus é apenas “citado” para dar “credibilidade”.

Ora se acreditamos no Deus Criador, no Pai que enviou ao mundo o Seu próprio Filho para nos remir da lei do pecado e da morte, como podemos nós acreditar que sem Deus podemos alcançar a felicidade e a realização plena como homens?

Se acreditamos que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, como podemos nós alcançar a felicidade e a realização plena, a não ser pelo nosso próprio esforço, obviamente, mas também e sobretudo pela graça de Deus?

Se fossemos capazes sozinhos de alcançar a felicidade e a realização plena, não seriamos nós deuses de nós próprios?

E afinal não foi essa a razão principal para a queda dos anjos, o Demónio e os anjos decaídos, que queriam ser iguais a Deus?

Algum homem, alcançou sozinho a felicidade, a realização plena, libertando-se da lei da morte?

Que necessidade tem alguém que se diz, ou que quer verdadeiramente ser discípulo de Cristo, de procurar fora da Igreja em que foi baptizado, caminhos ínvios, quando tem á sua disposição o verdadeiro caminho?

No fundo ao fazê-lo, ao procurar esses caminhos, não está a fazer mais do que negar o caminho que Deus lhe oferece, e foi revelado ao homem desde sempre, e finalmente em Jesus Cristo.

Claro que em muitas dessas “espiritualidades” se fala em Jesus Cristo, em oração, etc., etc.
Mas se não se falasse, alguém que se diga cristão frequentaria esses caminhos?

O Demónio na tentação, não nos confronta, não nega aquilo em que acreditamos, mas sim, tenta conduzir-nos a caminhos que mistificados por uma falsa “presença” de Deus, acabam por nos ir afastando d’Ele.

Temos por exemplo as “espiritualidades” que levam a acreditar na “reencarnação”, e há infelizmente tantos cristãos católicos que caem nesse erro, muitos provavelmente de boa fé, mas também e apenas porque não querem saber, nem querem conhecer verdadeiramente a Doutrina, para não terem de mudar.

E, no entanto, basta lermos a Carta aos Hebreus 9, 27 «E, assim como está determinado que os homens morram uma só vez e depois tenha lugar o julgamento», para percebemos como essa “teoria” está errada.

Ou o Catecismo da Igreja Católica § 1013
«A morte é o fim da peregrinação terrena do homem, do tempo de graça e misericórdia que Deus lhe oferece para realizar a sua vida terrena segundo o plano divino e para decidir o seu destino último. Quando acabar «a nossa vida sobre a terra, que é só uma» (LG 48), não voltaremos a outras vidas terrenas. «Os homens morrem uma só vez» (Heb 9, 27). Não existe «reencarnação» depois da morte.»

Ou ainda a Constituição Dogmática Lumen Gentium § 48
«Mas, como não sabemos o dia nem a hora, é preciso que, segundo a recomendação do Senhor, vigiemos continuamente, a fim de que no termo da nossa vida sobre a terra, que é só uma (cfr. Hebr. 9,27)»

Assim, se não temos conhecimentos para nos apercebermos racionalmente desse erro, então porque, afirmando-nos cristãos católicos, em vez de aceitarmos a Doutrina da Igreja, teimosamente persistimos em querer acreditar no erro?

Não sabemos, não queremos saber, mas acreditamos mais naquilo que nos dizem, do que na Igreja a que afirmamos pertencer!

Não é este procedimento a aceitação de uma tentação demoníaca, (fazer a minha vontade e não a vontade de Deus), que tem sempre como fim afastar-nos da Verdade, afastar-nos de Deus?

E as “espiritualidades” que “evocam os mortos”? E a adivinhação e a magia?

Não é tão clara a Bíblia, a Palavra de Deus, sobre estes assuntos?

«Ninguém no teu meio faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha; ou se dê a encantamentos, aos augúrios, à adivinhação, à magia, ao feiticismo, ao espiritismo, aos sortilégios, à evocação dos mortos, porque o Senhor abomina todos os que fazem tais coisas.» Dt 18,10-12

«Não vos volteis para os espíritos dos mortos nem consulteis os adivinhos. Não vos contamineis com isso. Eu sou o Senhor, vosso Deus.» Lv 19,31


«Porque isto diz o Senhor do universo, Deus de Israel: 'Não vos deixeis seduzir pelos profetas que se acham entre vós, nem pelos adivinhos, e não façais caso dos sonhos que tendes.» Jr 29,8

Ou ainda, e mais uma vez, o Catecismo da Igreja Católica


2115. Deus pode revelar o futuro aos seus profetas ou a outros santos. Mas a atitude certa do cristão consiste em pôr-se com confiança nas mãos da Providência, em tudo quanto se refere ao futuro, e em pôr de parte toda a curiosidade malsã a tal propósito. A imprevidência, no entanto, pode constituir uma falta de responsabilidade.


2116. Todas as formas de adivinhação devem ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demónios, evocação dos mortos ou outras práticas supostamente «reveladoras» do futuro. A consulta dos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e de sortes, os fenómenos de vidência, o recurso aos "médiuns", tudo isso encerra uma vontade de dominar o tempo, a história e, finalmente, os homens, ao mesmo tempo que é um desejo de conluio com os poderes ocultos. Todas essas práticas estão em contradição com a honra e o respeito, penetrados de temor amoroso, que devemos a Deus e só a Ele.


2117. Todas as práticas de magia ou de feitiçaria, pelas quais se pretende domesticar os poderes ocultos para os pôr ao seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – ainda que seja para lhe obter a saúde – são gravemente contrárias à virtude de religião. Tais práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas da intenção de fazer mal a outrem ou quando recorrem à intervenção dos demónios. O uso de amuletos também é repreensível. O espiritismo implica muitas vezes práticas divinatórias ou mágicas; por isso, a Igreja adverte os fiéis para que se acautelem dele. O recurso às medicinas ditas tradicionais não legitima nem a invocação dos poderes malignos, nem a exploração da credulidade alheia.

Assim, o homem ao procurar um fim bom, (a sua felicidade, a sua realização plena), deixa-se muitas vezes tentar e, cedendo á tentação, conduzir por caminhos que em vez de o aproximarem do que deseja legitimamente, (e que só se alcança em Deus e pela graça de Deus), o levam a ir-se afastando de tudo o que faz dele um verdadeiro cristão, que é aquele que segue a Cristo e põe em prática os Seus ensinamentos.

«Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.» Lc 11,28

Porque o homem que segue esses caminhos, apenas procura a sua própria felicidade e realização, e rompendo a comunhão com Deus, rompe também a comunhão com os outros, tornando-se assim em alguém que apenas acredita em si próprio e nas suas convicções, o que o torna presa fácil da tentação e da queda.

E não é isso mesmo que o Demónio pretende?
A falta de amor a Deus, provoca também a falta de amor aos outros.
A falta de amor aos outros e a Deus, provoca a divisão.
A divisão provoca a mentira, a confusão e a guerra.
E esse é o “reino” do Demónio.

Mas não há que ter medo, mas sim a coragem de perseverar, orando, não só em oração individual, em oração de família, mas também em oração de comunhão em Igreja.

É que o Senhor Jesus, sabendo-nos frágeis e fracos, instituiu a Igreja, para que, congregando-nos à volta da Eucaristia, (a Sua presença viva constante junto de nós e connosco), d’Ele sempre nos aproximarmos e alimentarmos, fortalecendo-nos n’Ele, e pelo Espírito Santo, em comunhão de Igreja, acreditarmos que o Demónio já foi vencido, e que com Ele e permanecendo n’Ele, em tudo somos vencedores.

«Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela.» Mt 16,18

Marinha Grande, 2 de Fevereiro de 2011

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2011/02/o-medo-do-demonio-4.html

1 comentário:

NUNC COEPI disse...

Útil e actual esta série de escritos do Joaquim tem muito mérito. As coisas devem chamar-se pelo nome, as virtudes ou erros devem ser assinalados, o estranho medo de falar do demónio, deve ser combatido.
Os inúmeros comentários que estas publicações têm merecido dão-me razão em congratular-me com tão assinalável benefício que estes escritos constituem.