Prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos espera que a festa se estenda a Fátima
O cardeal português José Saraiva Martins confessou ter sentido “bastante alegria” com o anúncio da beatificação de João Paulo II, feita hoje no Vaticano, lembrando o Papa polaco como um amigo de Portugal.
O prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos era o responsável por este processo quando a causa de beatificação de João Paulo II começou, em 2005, como o próprio recorda à Agência ECCLESIA.
“Fui eu que emanei o decreto” para o início da causa, refere, uma decisão que ocorreu após a dispensa pontifícia do período de espera de 5 anos após a morte, determinado pelo direito canónico.
A trabalhar na Cúria Romana há vários anos, o Cardeal Saraiva Martins realça que conhecia “muito bem” o futuro beato, de quem foi colaborador directo.
Por motivos de trabalho, o antigo responsável pela Congregação para as Causas dos Santos encontrou-se “muitas vezes” com o Papa Wojtyla: “Sempre o admirei muito, tanto do ponto de vista humano como do ponto de vista espiritual”.
João Paulo II visitou Portugal em 1982, 1991 e 2000, mostrando que tinha o país “no coração e amava muito os portugueses”.
“Era um grande devoto de Nossa Senhora de Fátima”, assinala o prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos.
A sala de imprensa da Santa Sé anunciou que a cerimónia de beatificação vai decorrer a 1 de Maio, Domingo da Divina Misericórdia.
“Acho providencial que a beatificação tenha lugar no mês de Maio, de Maria e de Fátima”, declara o cardeal português, vaticinando: “Certamente que em Fátima haverá uma grande festa”.
O prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos estará presente na cerimónia de beatificação e antevê “a Praça de S. Pedro e arredores totalmente cheia como no funeral” de João Paulo II.
Pouco depois de Bento XVI aprovar a publicação do decreto que comprova um milagre atribuído à intercessão de João Paulo II (1920-2005), concluindo assim o processo para a sua beatificação, o cardeal português sustenta que os católicos “ansiavam” por esta notícia.
No dia 8 de Abril de 2005, por ocasião da Missa exequial de João Paulo II, a multidão exclamou por diversas vezes «Santo subito» (santo depressa) (Nota de JPR – ‘Santo já’).
Quase seis anos depois desse momento, D. José Saraiva Martins precisa que, na perspectiva teológica, “nunca se pode dizer” que alguém é santo “antes de o ser”.
A vida de um Papa “é muito complexa”, sustenta, lembrando que este dossier “tinha muitas páginas” e levou “muito tempo a preparar”.
O trabalho levado a cabo nestes anos ajudam “a perceber melhor o pontificado de João Paulo II e também a pessoa que foi o Papa”, defende.
O milagre agora comprovado pelo Vaticano refere-se à cura da freira francesa Marie Simon Pierre, que sofria da Doença de Parkinson, e aconteceu pouco depois da morte do Papa polaco.
A celebração do próximo dia 1 de Maio, no Vaticano, vai ser presidida pelo actual Papa.
LFS
(Fonte: site Agência Ecclesia)
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