Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Agenda Europa

Abolir as raízes cristãs da sociedade europeia é um atentado cultural mas é também alinhar com a perseguição que se abate sobre os cristãos que são hoje as maiores vítimas das perseguições do Mundo.

A Agenda da UE teve este ano uma importante novidade: a referência no calendário anual das festas religiosas de diversas religiões, excluindo as datas de referência do cristianismo. Nem Natal, nem Páscoa! O dia 25 de Dezembro é tão-só o dia 25 de Dezembro

Os factos são conhecidos. A Comissão Europeia mandou imprimir três milhões de agendas para oferecer a outros tantos alunos e professores de escolas dos países que compõem a União Europeia. Esta agenda, cheia de informações, teve este ano uma importante novidade: a referência no calendário anual das festas religiosas de diversas religiões, excluindo as datas de referência do cristianismo. Nem Natal, nem Páscoa! O dia 25 de Dezembro é tão-só o dia 25 de Dezembro.

Numa Europa berço da civilização ocidental, filha directa do cristianismo, ensina-se às crianças as datas referência, esquecendo as cristãs, apagando as suas origens, base da sua cultura e da sua matriz genética, definidora e diferenciadora, formadora do conjunto cultural do velho continente. Um espanto. Protestaram diversos países como a Itália, a Polónia, o vice-ministro francês, entre outros, e a Comissão Europeia decidiu publicar oito milhões de erratas para distribuir às escolas que tinham recebido as agendas.

É evidente que os responsáveis pelo facto não o fizeram por esquecimento. Ninguém se esquece que dia 25 de Dezembro não é um dia qualquer do calendário, e nenhum europeu se lembra dos dias festivos dos muçulmanos ou dos budistas e não se recorda dos dias que lhe marcam o seu próprio calendário. É óbvio que se tratou de um apagar deliberado do cristianismo, o que é em si mesmo o sinal da mais brutal intolerância como é, igualmente, um sinal de obscurantismo e de ignorância. É, sobretudo, um profundo gesto de hostilidade para com os cristãos.

Muitas vezes, na história da Europa, se tentou apagar as referências ao cristianismo. Os jacobinos franceses tentaram substituir o calendário gregoriano e impor o "Calendário Revolucionário Francês", mudando assim a nomenclatura dos dias e obviamente os feriados católicos e a referência ao nascimento de Cristo. Dessa revolução, no que respeita à agenda resta a referência ao 18 de Brumário e não sobrou nenhum dia feriado dos 5 "sans-culottes". Mesmo em Portugal, abundaram as tentativas, a mais ridícula das quais foi certamente a proibição do bolo-rei e sua substituição pelo bolo da República.

Abolir as referências cristãs na Europa é fazer esquecer que na origem de muito do que de melhor existe na civilização ocidental tem origem no cristianismo. Na Igreja Católica nasceu a sistematização das primeiras universidades, os primeiros hospitais, os livros que permitiram salvaguardar o essencial da cultura clássica, as misericórdias, a assistência social e um inquestionável património artístico.

Abolir as raízes cristãs da sociedade europeia é um atentado cultural mas é também alinhar com a perseguição que se abate hoje sobre os cristãos que são hoje as maiores vítimas das perseguições do Mundo. No Parlamento Europeu foi recordado que 75% das perseguições religiosas que hoje acontecem são contra cristãos. No Iraque, no Egipto, na Índia, na Nigéria, nas Filipinas, no Irão, em Chipre ou na China, recordam só alguns casos dramáticos recentes. Alguns silêncios escandalosos de autoridades e organizações humanitárias tão prontos a falar de outras perseguições raia o escândalo. Quantas vezes o silêncio cala a denúncia e a hostilidade substitui a solidariedade com as vítimas?

A agenda da Comissão Europeia não tinha uma falha, um esquecimento, que uma errata ou oito milhões de erratas supere. A Agenda Europeia só me fez lembrar a história que se contava há anos, antes da queda do comunismo: uma guia do Museu Hermitage, perante um quadro de uma Anunciação, explicava aos visitantes que o quadro representava o que acontecia no tempo dos czares, com uma camponesa forçada a ajoelhar perante uma representante da nobreza...


Felizmente, a Agenda Europa já nem no Hermitage pode ser oferecida.

Zita Seabra

(Fonte: JN online na sua edição de 23.01.2011)

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