Recentemente em Espanha, (como cá também e por essa Europa fora), veio outra vez “à baila” na comunicação social, a obrigatoriedade que querem impor da retirada dos crucifixos das escolas, e, porque não, de todos os lugares públicos, o que será sem dúvida a próxima imposição.
Verdadeiramente e no fundo, no fundo, não querem retirar os crucifixos de lado nenhum, querem é retirar Jesus Cristo do crucifixo, eu seja, querem é retirar Jesus Cristo … da Cruz!
É que esta imagem da realidade vivida por Jesus Cristo, Nosso Senhor e nosso Deus, feito Homem, é insuportável aos desígnios, aos anseios, aos desejos daqueles que querem afirmar ao homem de hoje, que a vida é para ser vivida no ter e não no ser, é para ser vivida em todos os prazeres momentâneos, é para ser vivida sem grande esforço, no dinheiro e para o dinheiro.
Mas a realidade, o dia-a-dia, desmente-os em cada momento, em cada situação, em cada vida vivida.
Porque o homem que apenas tem, quer ter sempre mais, e por isso mesmo nada o satisfaz, pelo que nunca chega a ser, e não sendo nunca, nunca se encontra a si mesmo, mas apenas a uma imagem distorcida de si, o que o leva à infelicidade.
Aquele que procura apenas os prazeres, os prazeres mundanos, e deles faz a sua vida, acaba sempre por ser confrontado mais tarde ou mais cedo pelas terríveis consequências desses prazeres, desde as doenças transmitidas, às adquiridas por esses hábitos, de tal modo que esses prazeres acabam por se transformar em dor e infelicidade.
Aquele que vive para o dinheiro e pelo dinheiro, fecha-se em si próprio, e julgando que tudo pode, descobre mais tarde ou mais cedo que o dinheiro não lhe compra a paz, o amor, a felicidade, que esse dinheiro é coisa efémera que pode perder de um momento para o outro, e mais ainda, que o dinheiro não lhe compra nada depois da morte.
Lembra-me de alguém que dizia como epitáfio dum “homem rico”: “Era tão pobre, tão pobre, que apenas tinha dinheiro”.
E afinal quem foi o Único que revelou ao homem o seu caminho e lho mostrou com realidade, passando pela Cruz?
Foi Jesus Cristo, sem dúvida, que nunca escondeu ao homem que a vida tinha dificuldades, tinha dores, tinha tristezas, mas que era apenas passageira aqui neste mundo, pois que vivida no amor, levava pela graça de Deus à vida eterna, ao gozo eterno da perfeita felicidade.
Assim, Ele próprio, o Filho de Deus feito Homem, quis-se fazer igual a nós em tudo, excepto no pecado, passando pelas dores e anseios próprios do homem, (comeu e bebeu, teve fome e sede, descansou e também se cansou, alegrou-se, mas também se entristeceu e chorou), tendo sido desprezado e mal tratado pelos seus até um limite insuportável, para nos mostrar a força do amor, a força do perdão, que todos nós devemos viver quando somos ofendidos, desprezados, mal tratados, e quando também assim procedemos para com os outros.
Oh, como Ele seria muito mais bem aceite se naqueles momentos tivesse descido da Cruz e com o Seu poder tivesse destruído os seus algozes tomando conta do poder de então!
Assim seria reconhecido, sem dúvida, como um Deus poderoso, vitorioso, apenas pelo domínio exercido sobre os “pobres” mortais!
Mas se assim procedesse, rapidamente viriam reclamar a liberdade, pois este Deus nada permitiria, e o homem não seria livre de escolher o seu caminho.
Pois, mas assim Ele não seria o Deus de todos, pois aqueles que Ele destruía, também condenava, e sabemos que o nosso Deus é um Deus de comunhão e amor a todos e com todos.
Assim, Ele não seria o Deus de amor e perdão, o Deus que se faz pequeno na sua grandeza, o Deus que veio para servir e não para ser servido!
E isso é insuportável ao mundo!
É insuportável ao mundo que Aquele que criou, não domine sobre as criaturas, e lhes dê a liberdade de acreditarem e seguirem Aquele que as criou, podendo até renegá-Lo!
Isso é inadmissível num mundo que quer viver o individualismo, o egoísmo, o “passar por cima” dos outros para obter o que deseja, um mundo que vive da vingança, e em que o pedir perdão e o perdoar é visto como uma fraqueza.
É, sem dúvida, assim insuportável a figura d’Aquele Deus, pregado na Cruz, um Deus Todo Poderoso, que no momento da Sua Morte apenas diz: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Lc, 23, 34
Por isso eu digo e repito, não é o crucifixo que os incomoda, mas sim Jesus Cristo pregado na Cruz, proclamando que o Amor, («aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor.»1 Jo 4,8), é que é a vitória do homem sobre si mesmo, para se dar aos outros, encontrando e encontrando-se neles em Cristo, para Cristo e por Cristo, a razão da sua existência, a sua imagem e semelhança ao Deus que o criou.
Verdadeiramente e no fundo, no fundo, não querem retirar os crucifixos de lado nenhum, querem é retirar Jesus Cristo do crucifixo, querem é retirar Jesus Cristo … da Cruz
Monte Real, 25 de Novembro de 2010
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/11/polemica-dos-crucifixos.html
1 comentário:
Ola, vcs podem me dizer onde encontrar esta Cruz que aparece ai na Imagem ja procurei em muitos lugares e não achei, preciso de uma dessas ai..se souberem me mandem informações no e-mail: edodo@hotmail.com
Att. Edmar
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