Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 27 de novembro de 2010

O anel cardinalício (Editorial)

Na homilia antes da entrega do anel aos novos cardeais Bento XVI chamou a atenção para o facto de que já a precedente criação de purpurados tinha sido celebrada na vigília da solenidade de Cristo Rei do Universo, que conclui o ano litúrgico. E precisamente à luz desta antiga festa colocou o ministério papal e o cardinalício, que vai buscar o seu significado no enraizamento na Igreja de Roma.

O primeiro serviço do sucessor de Pedro é o da fé. Que contudo não é um sentimento vago ou uma fé qualquer: como Maria e como o bom ladrão, também o Papa e os cardeais devem reconhecer de facto esta singular realeza de Jesus crucificado. E, como eles, estar ao lado da cruz daquele que nela foi elevado para salvar o mundo, em vez de o convidar para descer do patíbulo, não reconhecendo a sua divindade desfigurada porque privada de glória visível: "Zombam dele, mas é também uma forma de se desculpar", explicou com delicadeza subtil Bento XVI.

Portanto, o do Papa e dos cardeais é um ministério difícil "porque não se alinha com o modo de pensar dos homens", ressaltou o Bispo de Roma, voltando a falar pela segunda vez, em vinte e quatro horas, da necessidade de pensar e agir segundo a "lógica da Cruz", que nunca é fácil nem prevista e não deve olhar para ideologias ou atormentar-se atrás de determinados pormenores: "Nisto devemos ser compactos, e somo-lo porque não nos une uma ideia, uma estratégia, mas o amor de Cristo e o seu Espírito Santo" expressos pelo sinal esponsal do anel". Atento como sempre aos símbolos, Bento XVI relacionou a imagem da Crucifixão gravada no anel dos cardeais com o vermelho da púrpura. De facto ambos convergem em significar a necessidade de permanecer com Maria ao lado de Jesus, que morre na cruz e dela reina sobre o universo: stat crux dum volvitur orbis. Com a única finalidade de anunciar o seu senhorio: "A primazia de Pedro e dos seus Sucessores - ressaltou - está totalmente ao serviço desta primazia de Jesus Cristo" para que o seu amor venha e transforme a terra.

E esta é a finalidade do livro com a entrevista ao Pontífice, que sem razão já se procura assimilar à mentalidade do mundo. "Penso - nela afirma ao contrário Bento XVI - que Deus, escolhendo como Papa um professor, tenha querido ressaltar precisamente este elemento da reflexividade e da luta pela unidade entre fé e razão". Com uma lúcida advertência: "O homem contudo não é capaz de dominar a história a partir das próprias forças". Concluindo que precisamente por isto "precisamos de Cristo que nos reúne numa comunidade, que chamamos Igreja". A qual, a exemplo do seu Senhor, quer ser amiga do homem.

GIOVANNI MARIA VIAN - Director

(© L'Osservatore Romano - 27 de Novembro de 2010)

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